Adianta alguma coisa fazer manifestações?
Eu não queria escrever sobre isso, porque escrever demora, leva tempo, exige pesquisa e uma das minhas promessas para 2016 era me preocupar menos com política. Numa democracia madura, os cidadãos não precisam ficar lendo notícias o tempo todo e se preocupando com o próximo golpe que o governo vai dar.
Você deve achar que estou escrevendo porque o Lula deu mais um dos seus golpes na democracia e fugiu das investigações. Não, dele eu espero sempre o pior, já achava que iria dar mais uma demonstração de desespero.
Escrevi para você que acha que protestar não adianta nada e que de nada valeu a linda manifestação do povo brasileiro no dia 13/3. O Lula está fazendo o papel dele e o papel de todo ladrão é tentar fugis, agora cabe cada um também fazer sua parte.
Parece que nada pode ser pior que o Lula como ministro da Casa Civil, um outro nome para dizer que reassumiu o governo e que a partir de agora, por imposição é o novo presidente do Brasil. Infelizmente, pode piorar muito ainda, especialmente se não fizermos nada, se as manifestações pararem ou se o povo desistir.
Quando as manifestações contra o governo comunista na Alemanha começaram, os líderes soviéticos não davam demonstrações que o muro iria cair. Pouco antes, da queda o Governo comunista da RDA havia acabado de anunciar um plano de automação para toda a extensão do muro. O objetivo é que não precisassem mais de guardas vigiando, mas que o sistema fosse todo automatizado. Quem ousasse fugir iria sofres as consequencias da tecnologia do terror, rachadas de bala, explosão de bomba e choques.
Alemães de outras cidades começaram pequenos protestos por todo o país. Esses protestos começaram a ganhar força e o maior deles estava agendado para dia 9 de outubro de 1989 na cidade de Leipzig, a 200km de Berlin. Dois dias antes, o ministro da defesa anunciou que se as pessoas fossem para as ruas, iria acontecer um grande derramamento de sangue. Naquela época, ameaça de morte de países comunista, era morte mesmo. Em Berlin, mais de 100 pessoas (nas contas do governo e 200 nas contas das ongs) foram assassinadas tentando sair da cidade. Era uma mistura de "uma mistura de tensão, medo e também esperança", disse Edgar Dusal, que esteve presente naquele dia.
Neste cenário, correndo risco de vida, os alemães se despediram de suas famílias sabendo que poderia ser a última vez que os vissem e foram às ruas. O protesto agrupou mais de 70mil pessoas e todas elas gritavam - "não à violência" e "nós somos o povo" o que paralisou a temida Stasi (polícia política).
Aquele protesto deu força para manifestações por todo o país e de líderes internacionais. O governo se viu pressionado e fez uma reunião extraordinária para anunciar algumas medidas.
Uma coletiva de imprensa foi convocada, mas o porta-voz Günter Schabowsli não tinha participado da reunião e quando perguntaram sobre as medidas ele estava confuso, folhava os memorandos e falou que os alemães da RDA poderiam sair para visitar seus familiares. Os jornalistas queriam saber quando isso seria implementado? Pelo que sei, agora.
Esse não era bem o plano do governo, mas quando a notícia saiu nas rádios milhares de alemães fizeram fila nos portões do muro (se fosse no Brasil a gente já ia saltar o muro na mesma hora). A polícia de Berlin também sem saber como agir e vendo a multidão indignada abriu os portões e a Alemanha voltou a ser um país livre!
E se os 70mil moradores de Leipzig tivessem pensado - isso não vai dar em nada afinal são tantos anos de comunismo que nem adianta protestar?
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