Último dia - Mentawai

São poucos os dias da nossa vida que nos lembramos para sempre. Lembramos de acontecimentos, mas dificilmente lembra-se do dia todo desde a hora que se acorda até quando se vai dormir. 
Ontem foi um desses poucos dias que ficará para memória. 
Amanhecemos em Macarronis, que é considerada a onda mais perfeita de Mentawai. Havia uma previsão de swell, mas as 6:30 da manhã elas estavam baixas e 8 barcos repletos de surfistas ávidos pela promessa das ondas também esperavam para pular na água.
O pessoal do nosso barco se reuniu para fazer uma votação - encáravamos o crowd com poucas ondas ou tentaríamos outro lugar há 4hs dali?
Dessas coisas do destino, a busca venceu. Chegamos em Lances Left com 6 pés de onda, clássico e com 5 surfistas, que logo sairam nos deixando sozinhos no pico, num dos melhores mares da viagem. Não sei exatamente quanto tempo ficamos na água, mas certamente mais de 3hs sem parar de pegar onda. 
O vento mudou de direção e uma nova votação nos levou à direita mais tubular de Mentawai - Lances Right. 
Era nosso último dia de surf e eu não acreditava no que estava vendo, tubos perfeitos quebrando com 5 pessoas no outside. Surfar de costas para a onda não é algo que me agrada e desde criança sempre evitei o backside. Senti bastante dificuldade nessa session, mas o Lucas enfileirava tubos, pegando um atrás do outro. 
Antes de cairmos na água vimos um barco a nossa frente lotado de pranchas da Rip Curl e alguém ainda brincou - será que o Mick Faning está aí?
E não é que estava. Fazer seu esporte favorito ao lado de um ídolo é algo que dispensa comentários - a partir dali desistimos de surfar (com exceção do Lucas que continuava a por tubos na sua conta) e desfrutamos de um espetáculo do mais alto nível de surf. A sensação era de estar dentro de um filme (e de fato havia uma imensa equipe de filmagem registrando tudo de um barquinho no canal) só que eu podia tocar nas ondas que ele pegava e ver de dentro quanta água voava de suas manobras. Sem contar a profundidade alcançada nos tubos. Impressionante!
O pôr do sol chegou pondo todos para dentro do barco. Jantamos, vimos as fotos do dia e dormimos durante a travessia que nos levava para a cidade de onde começaríamos os voos até o Brasil.  



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