Mentawai capítulo 1 bem atrasado
Meu Kobo quebrou na viagem, por sorte eu trouxe dois livros e o último acabou de acabar. Desci até a cabine que estou dormindo com o Lucas e roubei o Kindle dele. Abri os livros disponíveis, ele tem uma boa lista de 132 itens e entre eles achei Febre de Bola do Nick Hornby. E foi a breve leitura de Hornby que me fez começar esse breve relato.
Cheguei à Mentawaii num dos piores estados que já tive na vida. Eu fiz um IronMan no domingo e embarquei para cá na terça-feira a noite. Se contar todo o tempo, desde que cheguei em casa para fechar minhas malas antes de ir para o aeroporto até por os pés na pousada que ficamos nos primeiros dias acho que dá umas 80hs. Meu corpo estava vulnerável, recuperando-se da prova e algum vírus entrou para me derrubar. Passei dois dias muito mal, sendo que um deles num ferry boat, tendo aquelas variações de temperatura que mesmo dentro da cabine com o ar condicionado desligado, coberto por duas mantas e dois moletons eu batia nas minhas pernas para diminuir o frio.
Quando a febre passou, pude me dar conta de onde eu estava. Mentawai não é outra região ou país. A sensação quando você chega aqui é que foi transferido para outra dimensão. Quando atracamos na pousada, fomos recebidos com uma alegria pelo gerente mr. Coconout que parecia ter sido treinado para fazer um teatro, mas os dias seguintes nos mostraram que ali, as coisas funcionam assim, mesmo que nós não entendamos no primeiro momento.
Ontem saímos da pousada e viemos para um barco, onde ficaremos 10 dias.
No barco, a questão da outra dimensão parece se salientar mais. A salada de frutas tem uma fruta esquisita, roxa que parece uma beterraba e que tem gosto de um kiwii mais ameno. Eles põem as roxas nos quatro cantos da bandeja e deixam as outras coloridas no meio.
Eu durmo as oito da noite, então acordo mais cedo que a tripulação. Aos poucos eles vão acordando e organizando as coisas do café da manhã. O sol vai nascendo e mais um dia de muito surf nos espera.
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