DO CONTRA


Sempre me encantou essa foto e agora sabendo de sua história a admiro ainda mais.

A foto foi tirada na ocasião do lançamento de um navio do exército alemão em 1936, durante uma cerimônia que contou com a presença do próprio Adolf Hitler. Dentro da imagem um homem solitário estava com os braços cruzados, enquanto centenas de outros homens e mulheres levantavam seus braços e gritavam "Sieg Heil", em saudação e lealdade ao Partido Nazista e seu líder, Adolf Hitler. August Landmesser, fazendo uma careta com os braços cruzados, estava seguro e desafiador quando mostrou sua desaprovação ao não exibir apoio ao Partido Nazista. O que fez desta foto única, é que ela representou o protesto de um homem, na sua forma mais sincera e pura. A fonte de protesto de Landmesser, como muitas outras tragédias, começou com uma história de amor.

A história de desobediência de August Landmesser começa, ironicamente, com o Partido Nazista. Acreditando que ter as conexões certas o ajudaria a conseguir um emprego na fraca economia, Landmesser ingressou no Partido Nazista em 1931. Mal sabia ele que seu coração logo arruinaria todo o progresso que a sua filiação política superficial poderia ter feito. Em 1934, ele conheceu Irma Eckler, uma mulher judia, e os dois se apaixonaram profundamente. O noivado um ano mais tarde causaria sua expulsão do partido, e sua tentativa de casamento foi negada sob as leis raciais de Nuremberg recém-aprovadas. Eles tiveram uma menina, Ingrid, em outubro do mesmo ano, e dois anos mais tarde, em 1937, a família fez uma tentativa fracassada de fugir para a Dinamarca, onde foram apreendidos na fronteira. Landmesser foi preso e acusado de "desonrar a raça" sob a lei racial nazista. Ele argumentou que nem ele nem Eckler sabiam que ela era totalmente judia, e foi absolvido em 27 de maio de 1938 por falta de provas, com a advertência de que a reincidência resultaria em uma pena de prisão de vários anos.

O casal continuou publicamente seu relacionamento e um mês mais tarde August Landmesser seria preso novamente e condenado a trabalhos forçados por dois anos em um campo de concentração. Ele nunca mais veria sua amada esposa novamente, que foi detida e aprisionada pela Gestapo.

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