A COPA DO MUNDO É NOSSA


Farei algo que desprezo, mas que servirá para aumentar a credibilidade do que escreverei a seguir - começar com uma defesa prévia. Eu não acredito em teorias da conspiração. Quase sempre quando alguém me conta uma, descarto de imediato. Este post, tão pouco pretende ser uma teoria da conspiração, no máximo uma reflexão ardilosa.

De um lado temos o Estado, com seu dinheiro quase infinito. No que seus líderes poriam essa fortuna? O que é mais valioso para os governantes? Pelo que se venderiam, entregariam seus companheiros, rasgariam qualquer ideologia? Votos, logo reeleição.

De outro lado temos um jogo. Que exerce tamanho fascínio nas pessoas que estas são capazes de mudar suas intenções caso sua equipe ganhe. Quantos não dariam um voto por um título do seu time?

Percebe o poder que tem uma instituição que comande esse jogo? Basicamente, ela possui o PIB de um país, ou de vários. Quanto um governante corrupto pagaria a algum sistema que favorecesse sua reeleição?

Existe um aparente problema. Como influenciar o resultado de uma partida? Comprando jogadores? Técnicos? Juízes? Qualquer dessas opções tornaria a fraude tão evidente que as pessoas perderiam o interesse pelo esporte. Entretanto, há dentro das quatro linhas alguém "autorizado a errar." Essa autorização é de todos, até mesmo das duas torcidas. E aí está a brecha. O maior especialista da área comentaria um erro dele com convicção - não tinha como perceber.

O turning point da reflexão é a pessoa menos vista dentro de campo, e de fato, nem dentro de campo ela está. Raspando a linha - o bandeirinha.

Ele é a pessoa menos observada dentro das quatro linhas. Todos olham para os jogadores e para o juiz, entretanto ninguém permanece mais de 10 segundos com os olhos no bandeirinha. Quando ele erra, até mesmo, o mais fanático dos torcedores internamente admite - ele não tinha como ver nesta velocidade. Por tanto, existe sim, uma forma de influenciar resultados (NÃO GARANTI-LOS). Se algum estatístico tiver tempo para pesquisar, garanto que bandeirinhas geram mais erros que influenciam resultados do que os juízes.

Se estivéssemos numa negociação normal, quando a FIFA veio ver os estádios, o governo poderia exigir que ela dividisse as despesas das reformas. Se fosse uma negociação normal, o governo exigiria que o seu mercado interno fossem fomentado. Nem o vendedor de cachorro-quente pode estacionar perto ao estádio sem dar algum dinheiro para a FIFA. Acabei de sair de um táxi e ele me disse que não pegou um único estrangeiro durante a copa. Estamos falando de São Paulo, uma das principais sedes do evento. A FIFA alugou milhares de carros para transportar seus convidados. O governo não poderia obrigar que usassem nossos táxis? Se estivéssemos numa negociação normal,  governo exigiria geração de empregos e não aceitaria que a FIFA aliciasse pessoas para trabalharem voluntariamente. Falo de coisas simples, para mostrar que a instituição tem um poder de barganha que também beira o infinito.

"Quanto vocês pagariam por uma Copa em seu país e ainda um título que azeitaria sua campanha?"

Quanto custa influenciar as pessoas a gostarem mais do seu país e do governo por consequência (essa semana a pesquisa aponto um crescimento de 4% nas intenções de voto para a Dilma)? A FIFA tem algo pelo qual o PT empenharia boa parte do nosso PIB e por isso pode pedir tudo o que quiser e fazer o que bem entende. E que reputação tem a FIFA a perder?

Todos ainda sairão ilesos, pois o elemento chave, mesmo favorecendo um time, sempre será isentado da culpa, quase sem levantar suspeitas. Em outras palavras a FIFA tem praticamente a reeleição do PT nas mãos.

Sinceramente, amanhã torcerei pela seleção, mas não ficarei chateado se, mesmo com o favorecimento do bandeirinha, perdermos a partida.  

  

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