GALERA E O FIM DA LITERATURA
Essa inclinação para um final quase inacabado ou aberto, como os críticos preferem chamar, tomou conta da Literatura depois de Tchekhov, chegando ao ponto de hoje já prevermos que alguns finais ficarão ao nosso arbítrio. A moda pegou mesmo.
Daniel Galera tem todas as características de um bom escritor contemporâneo. Precisão, escrita despretensiosa, personagens fortes, mas o que mais admiro em seus livros é a levada antiga, anterior a Tchekhov e a Strauss. Do tempo que sinfonias e histórias iam crescendo aos poucos, a tensão ia aumentado, a metade muitas vezes se tornava monótona, mas aí surgia o turning point o interesse voltava com força total e o que menos esperávamos acontecia. Finais marcantes, inesquecíveis como o retumbar da 9a Sinfonia de Beethoven. A obra que termina no seu ápice, onde deve ser, no topo.
Quem nunca leu Galera, tem que ler, qualquer um dos seus livros, e espere, o melhor está por vir.
FIM!!!
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