REPARAÇÃO
Para mim, está aí um dos temas mais interessantes de todo o percurso humano - quais atos da nossa vida são irreparáveis?
Não falo de atos drásticos como um crime grave, que arruinará a vida da pessoa para sempre, mas de atitudes simples, que muitas vezes, passam despercebidas mas que também podem mudar completamente o destino de uma pessoa.
São quase sempre pequenos atos, que vão se desdobrando sem que ninguém mais os controle e acabam gerando uma catástrofe pessoal. É o bater das asas da borboleta japonesa que gera a avalanche no Alaska.
Ninguém tratou essa questão de forma tão brilhante na literatura como Ian McEwan. Em seus principais livros (Sábado, Na Praia, Solar e o melhor de todos Reparação, que leva o próprio nome do tema) o escritor conta histórias em que atitudes simples devastam a vida dos personagens e até de outros próximos que não tinham responsabilidade alguma pelo ocorrido. É o caso do jovem Edward Mayhe que, em Na Praia, tem uma lua de mel desastrada. O casal vivia a repressão sexual da década de 60 pré-hippie, ambos virgens. A vergonha e a imaturidade os afasta. Mayhe não consegue mais se recuperar do ocorrido, se separa dela e passa a vida como um moribundo sem conseguir realizar nada do que sonhava junto com sua esposa antes daquela fatídica noite.
Existem soluções redutíveis para esses casos, há sempre quem diga - se aconteceu assim, é porque era para ser. Eu tanto não engulo isso, quanto não sei a solução para poder prever ou pelo menos remediar atitudes que possam levar a desgraça. Entretanto, estou mais para para um niilismo do Lars Von Trier que para uma resolução cósmica a la Profecia Celestina.
Dormirei com essa preocupação, mas vou acordar com a certeza de que a graça da vida está justamente no imponderável, no imprevisível e naquilo que pode não ter mais volta.
Não falo de atos drásticos como um crime grave, que arruinará a vida da pessoa para sempre, mas de atitudes simples, que muitas vezes, passam despercebidas mas que também podem mudar completamente o destino de uma pessoa.
São quase sempre pequenos atos, que vão se desdobrando sem que ninguém mais os controle e acabam gerando uma catástrofe pessoal. É o bater das asas da borboleta japonesa que gera a avalanche no Alaska.
Ninguém tratou essa questão de forma tão brilhante na literatura como Ian McEwan. Em seus principais livros (Sábado, Na Praia, Solar e o melhor de todos Reparação, que leva o próprio nome do tema) o escritor conta histórias em que atitudes simples devastam a vida dos personagens e até de outros próximos que não tinham responsabilidade alguma pelo ocorrido. É o caso do jovem Edward Mayhe que, em Na Praia, tem uma lua de mel desastrada. O casal vivia a repressão sexual da década de 60 pré-hippie, ambos virgens. A vergonha e a imaturidade os afasta. Mayhe não consegue mais se recuperar do ocorrido, se separa dela e passa a vida como um moribundo sem conseguir realizar nada do que sonhava junto com sua esposa antes daquela fatídica noite.
Existem soluções redutíveis para esses casos, há sempre quem diga - se aconteceu assim, é porque era para ser. Eu tanto não engulo isso, quanto não sei a solução para poder prever ou pelo menos remediar atitudes que possam levar a desgraça. Entretanto, estou mais para para um niilismo do Lars Von Trier que para uma resolução cósmica a la Profecia Celestina.
Dormirei com essa preocupação, mas vou acordar com a certeza de que a graça da vida está justamente no imponderável, no imprevisível e naquilo que pode não ter mais volta.
Comentários
Postar um comentário