HÁ BELEZA NO INVERNO


Acabo de chegar a Innsbruck, Áustria, sinto-me dentro de uma música do Sigur Rós (sei que eles são da Islândia, mas para mim seus acordes representam o frio em todos os seus nuances) a beleza do local reforça uma impressão que havia tido em Amsterdam – o quanto somos condicionados, principalmente nós brasileiros (talvez desde antes dos filmes da Disney) a ver a beleza apenas nas cores vivas e o quanto isso tem influência para as pessoas valorizarem mais o verão ou a primavera que as outras estações.
Há uma beleza peculiar no inverno, com suas cores frias, suas árvores secas e seus resistentes animais peludos. O inverno é introspecção, a busca do mais maravilhoso dos universos, o interior.
Conversava com um arquiteto holandês que me dizia o quanto gostaria de conhecer São Paulo para apreciar seus prédios. Ele morava em Amsterdam, cidade tão apreciada por sua arquitetura, no entanto, era um admirador das construções densas de cimento, falava do concreto com tesão, gesticulando com força, amava Lina Bo Bardi, conhecia Niemayer e Tomie Ohtake, justo o concreto que é tão mal falado pelos moradores da minha cidade. Conversei com outra moça de lá que reclamava de algo que eu jamais achei que alguém poderia criticar - a liberdade excessiva existente em sua cidade.
Sei o quanto é clichê dizer que viajar é abrir a cabeça, mas se puder ir mais fundo diria que viajar é expansão de consciência. 


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