O noivado dos meus melhores amigos
Meus melhores amigos noivaram. Teve até aliança, aquela coisa toda.
Eu sei que para a maioria das pessoas isso não é nada demais, mas para mim foi.
Foi por dois motivos, primeiro porque foi a primeira vez que pessoas tão próximas a mim noivam e talvez isso tenha gerado o segundo motivo - no momento em que eles me contaram muitas coisas passaram na minha cabeça. Aquilo me abalou de verdade. No bom sentido, talvez.
Sempre fui contra o que é convencional, é quase uma neurose que tenho - se todos fazem eu não vou fazer. Acredito que isso na maior parte das vezes me levou a bons caminhos, mas a sabedoria do meio termo também pode ser útil em alguns momentos. E com a convenção do casamento não é diferente, talvez o que eu questione internamente seja o formato da instituição. Não é possível que o mundo tenha dado tantas voltas e a forma como as pessoas se relacionam afetivamente seja a mesma da época de Cristo. As relações mudaram. Patrão e empregado não se tratam mais da mesma forma, as relações entre empresas e clientes mudaram completamente, entre professores e alunos, enfim tudo mudou. Não é possível que as relações matrimoniais continuem iguais.
Mas voltando a minha neurose, nem tudo que é convencional é necessariamente ruim, é convencional morar num local coberto, é convencional usar roupas quentes no inverno e por aí eu poderia citar um monte de exemplos aparentemente idiotas mas que são convenções que funcionam.
Pois bem, o noivado deles me fez pensar se um dia eu não vou encontrar alguém para ter ao meu lado a vida toda. Eu sou feliz como solteiro, mas será que a convenção do matrimônio também não seja dessas que também funcionam? Ou talvez eu esteja apenas ficando careta e emotivo como convém.
Tudo muda , mas tem coisas que se mantêm essas fazem parte do coração ... dos símbolos e das formas como as pessoas querem manifestar o seu amor ..
ResponderExcluirAchei lindo o texto e questiono-me porque que nós a vezes queremos fugir de tudo que é convencional ... de onde vem essa necessidade de ser diferente ...?!