O QUE VEIO PRIMEIRO?
Há um tempo eu estava interessado em escrever sobre infelicidade nos relacionamentos conjugais. Lembrei do início do filme Alta Fidelidade no qual John Cusack na primeira cena expõe uma reflexão sobre a influência da música pop na dor produzida pelos relacionamentos.
Tentei achar o filme em algumas locadoras para transcrever este texto, mas não tive sucesso. Minha única opção foi buscar diretamente na obra que deu origem ao roteiro, um livro homônimo de Nick Hornby. Resisti a lê-lo pois minha primeira experiência com o escritor inglês através do seu livro Como ser legal não tinha sido muito feliz. Mas como eu queria muito escrever aquele artigo tive que lê-lo. Gostei tanto da leitura que desisti do texto e escrevendo uma crítica sobre o livro.
Entretanto, aquela passagem de Alta Fidelidade nunca saiu da minha memória e a exponho agora como forma de perpetuar e compartilhar algo que gosto tanto.
“O que veio primeiro, a música ou a dor? Eu ouvia a música porque estava infeliz? Ou estava infeliz porque ouvia a musica?
As pessoas se preocupam com o fato das crianças brincarem com armas e dos adolescentes assistirem a vídeos violentos; temos medo de que assimilem um certo tipo de culto à violência . Ninguém se preocupa com o fato das crianças ouvirem milhares – literalmente milhares – de canções sobre amores perdidos e rejeição e dor e infelicidade e perda. As pessoas afetivamente mais infelizes que eu conheço são as que mais gostam de música pop; e não sei se foi a música pop que causou tal infelicidade, mas sei que elas vêm ouvindo as canções tristes há mais tempo do que vêm vivendo suas vidas infelizes”.
Eu sempre pensei nisso, porque a música sempre tem o poder de trazer situações de volta à sua mente. E invariavelmente te faz reviver algo, às vezes até é algo bom, mas na maioria das vezes, não. Eu lembro que quando voltei a viver no Brasil, passei cerca de uns 8 meses sem poder ouvir meu Ipod, e mesmo as músicas que não tinham nenhuma ligação com o que eu havia passado me emocionavam e transformavam meu dia.
ResponderExcluirGostaria de divagar mais sobre o tema, mas não me dá tempo agora...
Você não sabe quem eu sou, mas entrei aqui via Instagram e achei bacana o que vem além das fotos! =)
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