NEM SEMPRE SE VÊ


Chove de todos os lados. Lá de fora, o vento frio parece aquecer as brasas que você deixou por aqui. Tento escrever na inútil tentativa de transferir, através das palavras, pelo menos um pouco do sofrimento.
Dói por dentro. Não quero que me veja como vítima, simplesmente responsável, um responsável ingênuo que agiu sem levar em conta as tramas que o psiquismo é capaz. Não consigo conceber que o medo do devir possa ser tão presente. Mas ele existe, e esta aí! Para mim é claro que o que é para ser vivido tem que ser vivido agora, o por vir não se sabe. E se morrermos amanhã? Prefere hesitar a agir. Mas o erro é todo meu. Cada ato para lhe agradar, só fez crescer o medo de tudo dar errado outra vez. O prazer produziu dor e a dor o medo.
Esta é a vida, com seus tortuosos caminhos, com suas infinitas possibilidades e com seus , quase sempre previsíveis rumos. E nela ficaremos, um para cada lado, permitindo que o medo vença a possibilidade de que algo maior aconteça.

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