DUAS OBRAS DE ARTE DA NOSSA GERAÇÃO


Em poucas palavras Putas Assassinas, uma coletânea de contos de Roberto Bolaño é – Literatura de verdade. Os personagens são tão bem construídos pelo escritor chileno que fixam-se na memória do leitor mesmo tempos depois do livro ter terminado. Para surtir tal efeito (que não é fácil), Bolaño usa com maestria diversos recursos literários contando histórias que misturam realidade com ficção, deixando-nos sem saber quando termina a autobiografia e quando começa a fantasia.
Curiosamente o autor deixou como seguro de vida para seus filhos um volume para cada do livro 2666 pedindo que os publicassem separadamente um por ano. Após sua morte, em Barcelona em 2003, a família decidiu vender a obra completa num único volume e o romance tornou-se um best-seller mundial.

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Dogville
No final do ano passado a Revista Bravo publicou um ranking de diversas áreas culturais intitulado “Melhores do século, ainda...” Na categoria cinema, o topo da lista ficou com Dogville, estrelado por Nicole Kidman.
Como explicar a vitória de um filme realizado inteiramente dentro de um galpão, com um cenário que utiliza o mínimo de artefatos e onde a diferença entre o dia e a noite se dá apenas pela mudança na iluminação?
A explicação pode começar pelo diretor Lars Von Trier criador do Movimento Dogma que prega a simplicidade no cinema. Pois é justamente esta simplicidade que faz o espectador se aproximar do drama dos personagens a ponto de senti-los como dele. O filme que parece um teatro filmado, em que o próprio diretor comanda a câmera, possui um narrador onisciente que se utiliza de técnicas teatrais e propõe reflexões filosóficas como a diferença entre o altruísmo (dar sem precisar receber) e o quid pro quo (que exige uma compensação equivalente para cada ação) e nos deixa perplexo de até onde pode ir a brutalidade nas relações humanas.  



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