A FRACA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E O DOMÍNIO POLÍTICO

Tornou-se clichê dizer que a educação no Brasil é de baixíssima qualidade porque o objetivo dos políticos é manter a população ignorante para poder domina-la. Segundo esta premissa, a aquisição de conhecimento poderia gerar uma grande revolta da população pondo os administradores públicos em xeque. Pronto! Parece que encontramos o vilão para o problema. No entanto, analisando com um pouco mais de profundidade, veremos que este senso comum é falso.




Se possuo um rebenho que obedece aos meus comandos e que me provê os recursos que desejo, certamente não ensinarei ao grupo formas para desobedecer. Até aí a teoria conspiratória vai bem. No entanto, se o rebanho é obediente, cuida-lo-ei da melhor maneira afim de que cada um dos seus membros dure o máximo de tempo possível para me entregar o que espero dele.

Por tanto, se o maior medo dos políticos é a rebelião social, por que a saúde pública é tão ruim? Afinal, o que poderia gerar mais revolta na população que não receber atendimento médico?

Certamente uma pessoa que sofra e que não recebe o tratamento adequado revolta-se muito mais que qualquer estudioso de Marx com suas teorias conspiratórias. Por isto, se a afirmação do primeiro parágrafo fosse mesmo verdadeira interessaria aos governantes não apenas manter o povo ignorante, mas também deixar o "rebanho" em condições saudáveis para que pudessem ser reeleitos pelo máximo de tempo possível. Entretanto, é fácil observar que a saúde pública no Brasil, assim como a educação, também não funciona.

Todo governante, sendo corrupto ou não, quer ver seu Estado mais próspero. E a história tem mostrado que o tamanho da população é de fundamental importância para o enriquecimento de um país. Basta observar que o principal quesito para fazer parte do BRICK (Brasil, Russia, Índia, China e Koréia), grupo de países que segundo os economistas terá cada vez mais relevância no cenáro mundial, é ter uma grande população.

Por tanto, o problema da educação não é manobra de dominação popular, ele tem a mesma raíz das dificuldades na saúde - a má gestão que assombra praticamente todos os serviços públicos. Sendo que a a principal causa desta ineficiência é a falta de concorrência. Como temos problemas com causas iguais a solução que sirva para um provavelmente servirá para o outro.

Se a principal causa do problema é a falta de concorrência a solução deverá passar por um estímulo à competitividade, somente assim, os serviços públicos melhorarão.

Muitas propostas já foram feitas neste sentido, mas nada mais eficaz para o aprimoramento dos serviços que permitir ao consumidor fazer a escolha. A idéia aqui não é acabar com o SUS ou com as escolas públicas, mas oferecer aos contribuintes vouchers de educação e saúde posssibilitando que cada um escolha qual o hospital deseja ser atendido ou qual escola prefere colocar seu filho. Desta forma, as instituições privadas e públicas competiriam para oferecer os melhores serviços com o melhor preço e o consumidor sairia ganhando porque teria mais opções de atendimento e mais qualidade no serviço.

Comentários

  1. Inevitavelmente precisamos de mais líderes neste nosso mundo,
    para que assim, seja possível criar coletivos fortes. Grupos, empresas,..., que se coloquem no mercado para contribuir com a realidade de forma qualitativa!

    Valeu,
    Dri

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