O DESPERTAR DA PRIMAVERA


O premiadíssimo musical da Broadway O Despertar da Primavera chega à São Paulo dirigido pelo também consagrado Chales Möeller. A história passa na repressora Alemanha de 1891. Onde jovens estudantes vivem e questionam diferentes aspectos comportamentais como o sexo, a religião, a educação, o homosexualismo e a liberdade em suas diferentes formas.
A primeira coisa que me chamou a atenção foi observar como o terreno ideal para o florescimento das idéias hitleristas já estava sendo assentado por uma cultura que inibia a expressão e que esperava de todos um comportamento "exemplar". O valor do indíviduo era quase nulo, importava acima de tudo a moral e os bons costumes.

Mas o que serão "bons costumes"? A relação das pessoas com os aspectos sexuais que a peça apresenta mostra que a forma como o ser humano lidava com isto naquela época tornava impossível a felicidade das pessoas.

Fica a questão - Será que também não somos ainda absurdamente caretas e moralistas quando falamos de relações sexuais? Pensar que agora há muita liberdade e que as pessoas fazem o que bem entendem é repetir a atitude dos conservadores do final do século XIX que também achavam isto ao comparar suas relações com as da Idade Média.

É ingênuo pensar que progredimos muito nesta área. Há ainda muita mentira, muita hipocrisia e pouca gente com a coragem de assim como Melchior (personagem principal da história) expor as verdades sobre o tema, mesmo correndo o risco de ser execrado pela sociedade.

Parabéns aos produtores do Despertar da Primavera por trazerem o tema para nossa apreciação. O musical além de inteligentíssimo é muito animado.

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