GUERRA AO TERROR DEVE GANHAR O OSCAR



O Oscar deste ano está despertando uma importante discussão sobre o propósito da Arte na cultura contemporânea. Observando de longe, parece fácil adivinhar entre os dois principais concorrentes ao prêmio de melhor filme quem será o vencedor. Avatar chega para a briga com a maior bilheteria já alcançada na história do cinema, ultrapassando U$2 bilhões, outro número monumental foi o orçamento: U$ 500 milhões, também o maior da indústria cinematográfica. Repleto de efeitos especiais, o belíssimo filme dirigido por James Cameron merece cada centavo do que arrecadou, apesar de, tal como um conto infantil, deixar claro quem é o mau e quem é o bom. 

Do outro lado do ringue temos “mais um filme de guerra hollywoodiano”. Feito com baixo orçamento para os padrões atuais, a história comandada por Kathryn Bigelow, ex-esposa de Cameron, parece apenas contar uma história bélica tal como tantas outras que já se passaram no cinema.
Então, o apostador tem de um lado um filme com uma bela mensagem, faturamento recorde sob a direção do diretor do mais premiado filme de Hollywood, Titanic. Dar-lhe a estatueta além disto tudo incentivaria a indústria a manter gastos astronômicos, o que é vantagem para todo métier. No outro canto do ringue, apenas “mais um filme de mais uma guerra”. Qualquer pessoa sensata colocaria todas as suas fichas na primeira opção.
No entanto, o “cenário” ou a câmera vira de cabeça para baixo quando questionasse qual é o papel da Arte no século XXI.
Há algumas décadas a Arte precisava levantar bandeiras ideológicas e acordar observadores para tendências e crueldades que, muitas vezes, eram camufladas por uma mídia tendenciosa e imparcial. Mas no século XXI, na era da Wikipédia e dos blogs a Arte tem deixado de ser uma alternativa para o conhecimento dos fatos para tornar-se algo que podemos chamar de ressonância magnética da alma. Foi-se o tempo em que precisávamos de guias para nos orientar em nossas atitudes, hoje a tendência é conhecer-se a partir do outro e construir a História junto com o autor. O artista distancia-se do cronista que precisa passar uma mensagem e que moraliza as situações do cotidiano. Hoje ele busca despertar através das suas obras o autoconhecimento em quem as contempla, dando-nos um espelho que reflete o universo humano com seus mais profundos segredos. E é conhecendo estes segredos que seguiremos mais precisamente nossas diretrizes e valores.
Neste panorama, o filme Hurt Locker - expressão inglesa que significa a expectativa de uma dor lancinante - pessimamente chamado no Brasil de Guerra ao Terror leva muita vantagem. Na Guerra do Iraque que o filme apresenta, não há mocinhos lutando contra os bandidos, tampouco há pobres Iraquianos sofrendo com os abusivos Americanos. Há ali um mundo tal como se apresenta para nós. Um mundo que simplesmente é, onde cada pessoa possui maturidade para tirar suas próprias conclusões não precisando que um filme diga o que é certo ou errado. Hurt Locker pode ser tanto interpretado como uma crítica ao vício bélico dos Estados Unidos como também pode ser entendido, numa esfera pessoal, que cada pessoa deve seguir mesmo o que está em seu coração e aquilo que nasceu para fazer, mesmo que isto pareça errado para o senso comum. Enfim a conclusão fica com você.

Comentários

  1. EU, SÓ DIGO O SEGUINTE:QUANDO SE FALA EM POLÍTICA OQUE NOS VEM A CABEÇA É O MESMO BLA BLA BLA,HOJE TEMOS A INTERNET,É MUITO FÁCIL SABER AS ATUAÇÕES DO SEU CANDIDATO, MUITAS VEZES É MAIS FÁCIL JOGAR ORKUT BATE PAPOS ETUDO QUE VEM POR AÍ ESTE BLABLABLA TODO NÃO É CULPA DOS POLÍTICOS CORRUPTOS E SIM MINHA, SUA E NOSSA SOMOS POVINHOS MUITO ACOMODADOS.

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