Chile Impressions III


São quase sete da noite com meu corpo exausto experimento uma sensação de felicidade contínua. A satisfação se prolonga a medida que as lembranças do dia me vem à mente. Numa janela gigante, que chamamos de televisão de 200 polegadas, contemplo a praia, que tantas boas surpresas nos trouxe, toda alaranjada, com ondas que não param de quebrar no seu canto. É o melhor fechamento que a viagem poderia ter.

A ondulação que vinha do sul poderia demorar a entrar, então fomos ao seu encontro e descemos mais de 300km nesta direção. O destino: uma praia que nenhum de nós tínhamos ouvido falar. Exceto o Lucas, que recebera indicações de outras viajantes.

Os surfistas tem um certo apego aos lugares que descobrem e escondem-nos até mesmo dos mais próximos. Como meus amigos pediram, e nem sei se faria isto de qualquer forma, não revelarei seu nome, a chamarei de La Joya del Mar.


A viagem foi longa, sendo que 150km foram rodados dentro de uma belíssima reserva florestal em estrada de terra. O fato de termos chegado a noite, nos preocupou, pois a cidade é minúscula. Mas este lugar estava apenas começando a nos surpreender. O Sandro tinha visto na internet que havia um resort por aqui, mas ao chegarmos, ninguém na cidade sabia dele. Dormir em uma singela pousada de pescador parecia um destino inevitável. Fomos até a praia e avistamos as luzes que pareciam ser do lugar que buscávamos.

A primeira surpresa foi encontrar essa pousadinha luxuosa que um californiano de muito bom gosto construiu para morar aqui para o resto da sua vida. De todos os cômodos da cabana podíamos ver praia. Sofisticadas obras de arte decoravam os quartos.

Mas a primeira visão do dia, não causou animação. Da minha cama vi pequenas ondas quebrando bem perto da areia. E é impressionante como o humor de quem surfa é influenciado pela qualidade das ondas. Todos ficaram chateados e culpavam eu e o Lucas pela má escolha do local. Sandro e Thomas saíram para caminhar na praia e voltaram animados. Apesar de pequenas, as ondas eram fortes e perfeitas. Ao entrar no mar, a segunda surpresa, o idioma mais falado na água era o inglês. Os californianos parecem ter descoberto esse lugar e dezenas deles tornavam o local ainda mais internacional.

Mas a última, foi a melhor de todas as surpresas. As ondas pequenas que tanto desprezamos no primeiro momento, não pararam de crescer e melhorar sem parar durante os dois dias que ficamos aqui. E agora, depois de surfar mais de 5 horas, não tenho mais nada a dizer, nem força para tanto.

Comentários

  1. Ah Dani, que linda essa experiência de vcs.... lindas fotos tb!
    saudadesss...
    beijinhos
    Marcinha Vi

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