New York – Impressions VIII
Um comportamento do povo americano que num primeiro momento nos causa estranheza é vê-los gastando dinheiro sem culpa. Nós latino-americanos colonizados por países católicos, aprendemos desde muito cedo, que o dinheiro é sujo e também a origem de todo mal. Crenças que nos induzem a pensar que se começamos a prosperar, algo de errado estamos fazendo, nos boicotamos e travamos nosso sucesso.
Acredito que esse comportamento americano esteja passando por uma revisão, pois a tendência a gastar aliada a facilidade ao crédito os fez passar um pouco da conta. No entanto, como a raiz da geração de riqueza por aqui, não é algo esgotável, como foram as explorações que os europeus fizeram em séculos passados, ela manterá os Estados Unidos prósperos.
Eles gastam sem culpa porque sabem que fizeram o dinheiro - make money – a partir de idéias e conseqüentemente da melhoria da vida de outras pessoas, sendo assim, ele não pode ser sujo e muito menos a origem de todo o mal.
O texto abaixo é um trecho do livro Quem é John Galt? chamado Discurso do dinheiro. É um pouco longo, para um texto de blog, mas recomendo sua leitura por tratar-se de uma reflexão muito profunda sobre as distorções produzidas na nossa relação com o dinheiro.
Esta foi obra literária que mais influenciou os Estados Unidos depois da Bíblia. Sua autora, a russa, Ayn Rand sofreu muito com a Revolução de seu país e fugiu para os EUA por não suportar a falta de liberdade em sua terra natal. Nesse romance ela conta a história de um futuro indefinido no qual forças políticas de esquerda estão no poder dos Estados Unidos. O país entra em decadência e sua economia caminha para o colapso. O livro influenciou milhões de americanos, entre eles Alan Greenspan, que presidiu o Banco Central Americano durante 25, e que é fã declarado da autora.
A imagem da estátua do Atlas localizada em frente ao Rockfeller Center foi usada na versão americana de Quem é Jonh Galt? Que por aqui chama-se Atlas Shrugged.
“Rearden achou que Francisco não deveria ter ouvido o comentário, porém viu-o virar-se para eles com um sorriso muito cortês.
— Então o senhor acha que o dinheiro é a origem de todo o mal? O senhor já se perguntou qual é a origem do dinheiro? O dinheiro é um instrumento de troca, que só pode existir quando há bens produzidos e homens capazes de produzi-los. O dinheiro é a forma material do princípio de que os homens que querem negociar uns com os outros precisam trocar um valor por outro. O dinheiro não é o instrumento dos pidões, que pedem produtos por meio de lágrimas, nem dos saqueadores, que os levam à força. O dinheiro só se torna possível através dos homens que produzem. É isto que o senhor considera mau? Quem aceita dinheiro como pagamento por seu esforço só o faz por saber que ele será trocado pelo produto de esforço de outrem. Não são os pidões nem os saqueadores que dão ao dinheiro o seu valor. Nem um oceano de lágrimas nem todas as armas do mundo podem transformar aqueles pedaços de papel no seu bolso no pão de que você precisa para sobreviver. Aqueles pedaços de papel, que deveriam ser ouro, são penhores de honra; por meio deles você se apropria da energia dos homens que produzem. A sua carteira afirma a esperança de que em algum lugar no mundo a seu redor existem homens que não traem aquele princípio moral que é a origem da produção? Olhe para um gerador de eletricidade e ouse dizer que ele foi criado pelo esforço muscular de criaturas irracionais. Tente plantar um grão de trigo sem os conhecimentos que lhe foram legados pelos homens que foram os primeiros a plantar trigo. Tente obter alimentos usando apenas movimentos físicos, e descobrirá que a mente do homem é a origem de todos os produtos e de toda a riqueza que já houve na terra. Mas o senhor diz que o dinheiro é feito pelos fortes em detrimento dos fracos? A que força o senhor se refere? Não é à força das armas nem dos músculos. A riqueza é produto da capacidade humana de pensar. Então o dinheiro é feito pelo homem que inventa um motor em detrimento daquele que não o inventaram? O dinheiro é feito pela inteligência em detrimento dos estúpidos? Pelos capazes em detrimento dos incompetentes? Pelos ambiciosos em detrimento dos preguiçosos? O dinheiro é feito – antes de poder ser embolsado pelos pidões e os saqueadores – pelo esforço honesto de todo homem honesto, cada um na medida de sua capacidade. O homem honesto é aquele que sabe que não pode consumir mais do que produz. Comerciar por meio do dinheiro é o código dos homens de boa vontade. O dinheiro baseia-se no axioma de que todo homem é proprietário de sua mente e de seu trabalho. O dinheiro não permite que nenhum poder prescreva o valor do seu trabalho, senão a escolha voluntária do homem que está disposto a trocar com você o trabalho dele. O dinheiro permite que você obtenha em troca dos seus produtos e do seu trabalho aquilo que esses produtos e esse trabalho valem para os homens que os adquirem, e nada mais que isso. O dinheiro só permite os negócios em que há benefício mútuo segundo o juízo das partes voluntárias. O dinheiro exige o reconhecimento de que os homens precisam trabalhar em benefício próprio, e não em detrimento de si próprio; para lucrar, não para perder; de que os homens não são bestas de carga, que não nascem para arcar com o ônus da miséria; de que é preciso oferecer-lhes valores, não dores; de que o vínculo comum entre os homens não é a troca de sofrimento, mas a troca de bens. O dinheiro exige que o senhor venda não a sua fraqueza à estupidez humana, mas o seu talento à razão humana; exige que o senhor compre não o pior que os outros oferecem, mas o melhor que o seu dinheiro pode comprar. E, quando os homens vivem do comércio – com a razão e não à força, como árbitro irrecorrível –, é o melhor produto que sai vencendo, o melhor desempenho, o homem de melhor juízo e maior capacidade – e o grau da produtividade de um homem é o grau de sua recompensa. Este é o código da existência cujo instrumento e símbolo é o dinheiro. É isto que o senhor considera mau? Mas o dinheiro é só um instrumento. Ele pode levá-lo aonde o senhor quiser, mas não pode substituir o motorista do carro. Ele lhe dá meios de satisfazer seus desejos, mas não lhe cria desejos. O dinheiro é o flagelo dos homens que tentam inverter a lei da causalidade – os homens que tentam substituir a mente pelo seqüestro dos produtos da mente. O dinheiro não compra felicidade para o homem que não sabe o que quer; não lhe dá um código de valores se ele não tem conhecimento a respeito de valores, e não lhe dá um objetivo, se ele não escolhe uma meta. O dinheiro não compra inteligência para o estúpido, nem admiração para o covarde, nem respeito para o incompetente. O homem que tenta comprar o cérebro de quem lhe é superior para servi-lo, usando dinheiro para substituir seu juízo, termina vítima dos que lhe são inferiores. Os homens inteligentes o abandonam, mas os trapaceiros e vigaristas correm a ele, atraídos por uma lei que ele não descobriu: o homem não pode ser menor do que o dinheiro que ele possui. É por isso que o senhor considera o dinheiro mau? Só o homem que não precisa da fortuna herdada merece herdá-la – aquele que faria sua fortuna de qualquer modo, mesmo sem herança. Se um herdeiro está à altura de sua herança, ela o serve; caso contrário, ela o destrói. Mas o senhor diz que o dinheiro corrompeu. Foi mesmo? Ou foi ele que corrompeu seu dinheiro? Não inveje um herdeiro que não vale nada; a riqueza dele não é sua, e o senhor não teria tirado melhor proveito dela. Não pense que ela deveria ser distribuída; criar cinqüenta parasitas em lugar de um só não reaviva a virtude morta que criou a fortuna. O dinheiro é um poder vivo que morre quando se afasta de sua origem. O dinheiro não serve à mente que não está a sua altura. É por isso que o senhor o considera mau? O dinheiro é o seu meio de sobrevivência. O veredicto que o senhor dá à fonte de seu sustento é o veredicto que o senhor dá à sua própria vida. Se a fonte é corrupta, o senhor condena a sua própria existência. O seu dinheiro provém da fraude? Da exploração dos vícios e da estupidez humana? O senhor o obteve servindo aos insensatos, na esperança de que eles lhe dessem mais do que sua capacidade merece? Baixando seus padrões de exigência? Fazendo um trabalho que o senhor despreza para compradores que o senhor não respeita? Neste caso, o seu dinheiro não lhe dará um momento sequer de felicidade. Todas as coisas que o senhor adquirir serão não um tributo ao senhor, mas uma acusação; não uma realização, mas um momento de vergonha. Então o senhor dirá que o dinheiro é mau. Mau porque ele não substitui seu amor-próprio? Mau porque ele não permite que o senhor aproveite e goze sua depravação? É este o motivo de seu ódio ao dinheiro? O dinheiro será sempre um efeito, e nada jamais o substituirá na posição de causa. O dinheiro é produto da virtude, mas não dá virtude nem redime vícios. O dinheiro não lhe dá o que o senhor não merece, nem em termos materiais nem em termos espirituais. É este o motivo de seu ódio ao dinheiro? Ou será que o senhor disse que é o amor ao dinheiro que é a origem de todo o mal? Amar uma coisa é conhecer e amar a sua natureza. Amar o dinheiro é conhecer e amar o fato de que o dinheiro é criado pela melhor força que há dentro do senhor, a sua chave-mestra que lhe permite trocar o seu esforço pelo esforço dos melhores homens que há. O homem que venderia a própria alma por um tostão é o que mais alto brada que odeia o dinheiro – e ele tem bons motivos para odiá-lo. Os que amam o dinheiro estão dispostos a trabalhar para ganhá-lo. Eles sabem que são capazes de merece-lo. Eis uma boa pista para saber o caráter dos homens: aquele que amaldiçoa o dinheiro o obtém de modo desonroso; aquele que o respeita o ganha honestamente. Fuja do homem que diz que o dinheiro é mau. Essa afirmativa é o estigma que identifica o saqueador, assim como o sino indicava o leproso. Enquanto os homens viverem juntos na terra e precisarem de um meio para negociar, se abandonarem o dinheiro, o único substituto que encontrarão será o cano do fuzil. Mas o dinheiro exige do senhor as mais elevadas virtudes, se o senhor quer ganhá-lo ou conservá-lo. Os homens que não têm coragem, orgulho nem amor-próprio, que não têm convicção moral de que merecem o dinheiro que têm e não estão dispostos a defendê-lo como defendem suas próprias vidas, os homens que pedem desculpas por serem ricos – esses não vão permanecer ricos por muito tempo. São presa fácil para os enxames de saqueadores que vivem debaixo das pedras durante séculos, mas que saem do esconderijo assim que farejam um homem que pede perdão pelo crime de possuir riquezas. Rapidamente eles vão livrá-lo dessa culpa – bem como de sua própria vida, que é o que ele merece. Então o senhor verá a ascensão dos homens que vivem uma vida dupla – que vivem da força, mas dependem dos que vivem do comércio para criar o valor do dinheiro que eles saqueiam. Esses homens vivem pegando carona com a virtude. Numa sociedade onde há moral eles são os criminosos, e as leis são feitas para proteger os cidadãos contra eles. Mas quando uma sociedade cria uma categoria de criminosos legítimos e saqueadores legais – homens que usam a força para se apossar da riqueza de vítimas desarmadas – então o dinheiro se transforma no vingador daqueles que o criaram. Tais saqueadores acham que não há perigo em roubar homens indefesos, depois que aprovam uma lei que os desarme. Mas o produto de seu saque acaba atraindo outros saqueadores, que os saqueiam como eles fizeram com os homens desarmados. E assim a coisa continua, vencendo sempre não o que produz mais, mas aquele que é mais implacável em sua brutalidade. Quando o padrão é a força, o assassino vence o batedor de carteiras. E então esta sociedade desaparece, em meio a ruínas e matanças. Quer saber se este dia se aproxima? Observe o dinheiro. O dinheiro é o barômetro da virtude de uma sociedade. Quando há comércio não por consentimento, mas por compulsão – quando para produzir é necessário pedir permissão a homens que nada produzem – quando o dinheiro flui para aqueles que não vendem produtos, mas influencia – quando os homens enriquecem mais pelo suborno e favores do que pelo trabalho, e as leis não protegem quem produz de quem rouba, mas quem rouba de quem produz – quando a corrupção é recompensada e a honestidade vira um sacrifício – pode ter certeza de que a sociedade está condenada. O dinheiro é um meio de troca tão nobre que não entra em competição com as armas e não faz concessões à brutalidade. Ele não permite que um país sobreviva se metade é propriedade, metade é produto de saques. Sempre que surgem destruidores, a primeira coisa que eles destroem é o dinheiro, pois os dinheiro protege os homens e constitui a base da existência moral. Os destruidores se apossam do ouro e deixam em troca uma pilha de papel falso. Isto destrói todos os padrões objetivos e põe os homens nas mãos de um determinador arbitrário de valores. O dinheiro era um valor objetivo, equivalente à riqueza produzida. O papel é uma hipoteca sobre riquezas inexistentes, sustentado por uma arma apontada para aqueles que têm de produzi-las. O papel é um cheque emitido por saqueadores legais sobre uma conta que não é deles: a virtude de suas vítimas. Cuidado que um dia o cheque é devolvido, com o carimbo: ‘sem fundos’. Se o senhor faz do mal o meio de sobrevivência, não é de se esperar que os homens permaneçam bons. Não é de se esperar que eles continuem a seguir a moral e sacrifiquem suas vidas para proveito dos imorais. Não é de se esperar que eles produzam, quando a produção é punida e o saque é recompensado. Não pergunte quem está destruindo o mundo: é o senhor. O senhor vive no meio das maiores realizações da civilização mais produtiva do mundo e não sabe por que ela está ruindo a olhos vistos, enquanto o senhor amaldiçoa o sangue que corre pelas veias dela – o dinheiro. O senhor encara o dinheiro como os selvagens o faziam, e não sabe por que a selva está brotando nos arredores das cidades. Em toda a história, o dinheiro sempre foi roubado por saqueadores de diversos tipos, com nomes diferentes, mas cujo método sempre foi o mesmo: tomar o dinheiro à força e manter os produtores de mãos atadas, rebaixados, difamados, desonrados. Esta afirmativa de que o dinheiro é a origem do mal, que o senhor pronuncia com tanta convicção, vem do tempo em que a riqueza era produto do trabalho escravo – e os escravos repetiam os movimentos que foram descobertos pela inteligência de alguém e durante séculos não foram aperfeiçoados. Enquanto a produção era governada pela força, e a riqueza era obtida pela conquista, não havia muito que conquistar. No entanto, no decorrer de séculos de estagnação e fome, os homens exaltavam os saqueadores, como aristocratas da espada, aristocratas de estirpe, aristocratas da tribuna, e desprezavam os produtores, como escravos, mercadores, lojistas – industriais. Para a glória da humanidade, houve, pela primeira e única vez na história, uma nação de dinheiro – e não conheço elogio maior aos Estados Unidos do que esse, pois ele significa um país de razão, justiça, liberdade, produção, realização. Pela primeira vez, a mente humana e o dinheiro foram libertados, e não havia fortunas adquiridas pela conquista, mas só pelo trabalho, e ao invés de homens da espada e escravos, surgiu o verdadeiro criador da riqueza, o maior trabalhador, o tipo mais elevado de ser humano – o self-made man – o industrial americano. Se me perguntarem qual a maior distinção dos americanos, eu escolheria – porque ela contém todas as outras – o fato de que foram os americanos que criaram a expressão “fazer dinheiro”. Nenhuma outra língua, nenhum outro povo jamais usara estas palavras antes, e sim “ganhar dinheiro”; antes, os homens sempre encaravam a riqueza como um quantidade estática, a ser tomada, pedida, herdada, repartida, saqueada ou obtida como favor. Os americanos foram os primeiros a compreender que a riqueza tem que ser criada. A expressão ‘fazer dinheiro’ resume a essência da moralidade humana. Porém foi justamente por causa desta expressão que os americanos eram criticados pela culturas apodrecidas dos continentes de saqueadores. O ideário dos saqueadores fez com que pessoas como o senhor passassem a encarar suas maiores realizações como um estigma vergonhoso, sua prosperidade como culpa, seus maiores filhos, os industriais, como vilões, suas magníficas fábricas como produto e propriedade do trabalho muscular, o trabalho de escravos movidos a açoites, como na construção das pirâmides do Egito. As mentes apodrecidas que dizem não ver diferença entre o poder do dólar e o poder do açoite merecem aprender a diferença na sua própria pele, que, creio eu, é o que vai acabar acontecendo. Enquanto pessoas como o senhor não descobrirem que o dinheiro é a origem de todo bem, estarão caminhando para sua própria destruição. Quando o dinheiro deixa de ser o instrumento por meio do qual os homens lidam uns com os outros, os homens se tornam os instrumentos dos homens. Sangue, açoites, armas – ou dólares. Façam sua escolha – não há outra opção – e o tempo está esgotando.”
Oi Daniel!
ResponderExcluirO tema é de grande relevância social e humana.
Nós, criados e educados sob a égide dos dogmas religiosos do catolicismo, sentimos a dificuldade de nos orgulhar com nossas vitórias econômico-financeiras, por vezes boicotando-as.
Os valores, como a força do trabalho honesto, o bem comum, a criatividade, a arte, a cultura, a responsabilidade social, foram substituídas e/ou permutadas pela força bruta, pela força do engano, pela força da malícia, esta última, hoje a mais terrível forma de conquista.
O poder constituído, algumas empresas, algumas escolas, alguns "educadores", ao invés de desempenhar seu papel de proteger e ensinar valor de trabalharmos para o interesse público e o bem comum, usa dessa nomenclatura para serceá-lo em favor próprio.
Cabe a nós, cidadãos, fazer valer nossa força laboral, nossa força criativa, nossa força de honestidade e justiça, em favor do bem comum, em nossos atos diários de cidadania, como por exemplo:
- promovendo o cuidado com o meio ambiente;
- cobrando dos políticos que elegemos, o pleno exercício de suas capacidades, atribuições e deveres sociais para os quais foram eleitos;
- criando e estabelecendo defesas e proteção do nosso patrimônio profissional, no cotidiano de nosso trabalho, para que este não sofra as injustiças da nova ordem de "valores morais";
- estando atentos para que não sejamos vítimas das religiões, seitas, filosofias, que prometem felicidade, dinheiro, amizade, amor e tudo mais que só podemos acalçar, com o exercício fecundo de nossa vontade de vivenciar cada momento, com lucidez, atenção, verdade e honestidade para conosco mesmos.
- enfim, nos valorizando como seres criativos, pensantes, poderosos e não como pedintes, salteadores, enganadores, exploradores da inocência e/ou da ignorância
- nos valorizando e enxergando em nós, aquele que leva a luz e dissipa as trevas; o que leva a água e torna tudo puro; o que ensina, o que esclarece.
- nos tornando verdadeiramente opulentos, com a força do nosso trabalho honesto, mas sempre, com
responsabilidade social.
GRatíssima !!!
Dora
Dora
ResponderExcluirObrigado pelo comentário.
Bjs
Dany, adorei o texto!!! Já enviei para diversos amigos... Uma discussão interessante a respeito do dinheiro foi feita por Fernand Braudel no cap. 7 do livro "Civilização material, economia e capitalismo (sécs. XV-XVIII) vol. I:
ResponderExcluir"O jogo monetário surge como uma ferramenta, uma estrutura, uma regularidade profunda das vidas em que há trocas razoavelmente animadas. Sobretudo, a moeda imbrica-se, onde quer que esteja, em todas as relações econômicas e sociais; é, por conseguinte, um maravilhoso "indicador": conforme ela corre, enfraquece, se complica ou falta, pode-se formular uma apreciação bastante segura de toda a atividade dos homens até o mais humilde plano das suas vidas.
Velha realidade, ou melhor, velha técnica, objeto de cobiça e de atenção, a moeda não deixa porém de surpreender os homens. Parece-lhes misteriosa, inquietante. É ainda mais novidade pelo que traz consigo do que pelo que é em si. Que traz ela? Variações bruscas do preço dos bens de primeira necessidade; incompreensíveis relações em que o homem já não se reconhece, nem a si próprio, nem aos seus hábitos e valores antigos: O TRABALHO TORNA-SE MERCADORIA, ELE UMA 'COISA'.
O dinheiro é a unidade, é também a injustiça do mundo."
Um ensaísta (Van Ouder Meulen) observa, em 1778, que, lendo os autores de outros tempos, "dir-se ia que há nações que com o tempo devem tornar-se extraordinariamente poderosas e outras inteiramente pobres." E um século e meio antes, em 1620, Scipion de Gramont escrevia: "O dinheiro, dizem os sete sábios da Grécia, é o sangue e a alma dos homens, e aquele que não o tem caminha morto entre os vivos."
Bruna
ResponderExcluirNo meu ponto de vista Fernand Braudel se contradiz começando o parágrafo com "O jogo monetário surge como uma ferramenta, uma estrutura, uma regularidade profunda das vidas em que há trocas razoavelmente animadas."
E terminando com "O dinheiro é a unidade, é também a injustiça do mundo."
Não acho que o dinheiro seja injustiça. Ele é apenas a melhor forma que as pessoas encontraram para determinar a valia daquilo que desejam. Caminhará com mais velocidade para aqueles que produzem bens aos quais mais individuos almejam.
O dinheiro é a justiça do mundo, é o livre-arbítrio que pode ser mensurado.
Consumimos apenas o que desejamos, ninguém nos obriga a comprar coisa alguma e nada mais justo que recompensar aquele que produziu o que nos faz bem.
Alguém disse que antigamente a capital do Império Romano era Roma e que agora nosso tempo o Império Romano são os Estados Unidos e que Roma é Nova York, achei fantástica esse analogia. Poderíamos dizer que em muitos aspectos Nova York é mesmo o centro do mundo em muitos aspectos. Sem duvida está entre os meus planos de viagens.
ResponderExcluirParabéns pelo blog, virei mais vezes.