Parte Final - O que nos espera após a Era da Informação?

O QUE TEREMOS PELA FRENTE?

Todo período de transição de uma Era para outra gera atritos. Isso aconteceu com os primeiros agricultores que, tornando-se mais sedentários pela praticidade do cultivo da terra, reduziram seu espírito bélico e sofreram muitos saques dos povos mais bárbaros e menos desenvolvidos que ainda viviam da caça e da coleta. Mas foi somente com a expansão da agricultura para todos os povos que, uma vez estáveis em um único lugar, os homens conseguiram multiplicar a riqueza. A transição da Era Agrícola para a Industrial também gerou embates como a Guerra Civil dos Estados Unidos (1861-1865) na qual o sul mais conservador e voltado para a agricultura confrontou o norte sedento pela industrialização. A Era da Informação também sofre com a insistência em se manter paradigmas antigos. Observamos isto, por exemplo, na Indústria do petróleo que mantém um constante lobby para que sistemas mais inteligentes de energia não se propaguem no mundo. A sorte que temos é que o máximo que essas resistências farão é gerar atraso no processo, jamais detê-lo.

Podemos também prever que a Era da Informação criará empecilhos para que a próxima se sedimente. Provavelmente ela não aceitará que as pessoas possam viver com menos informações, que possam abrir mão de inovações tecnológicas e não aceitar que tudo o que é novo “eu preciso”.

Seguindo a linha de raciocínio, observamos que depois que o homem se alimenta e está saudável, ele busca segurança, uma vez seguro, sente a necessidade de fazer parte de algum grupo, posteriormente quer se destacar nesse grupo, e após ter preenchido todas essas necessidades, vai atrás da mais sofisticada das necessidades: sua auto descoberta, o imprescindível autoconhecimento que lhe possibilitara a plena realização pessoal.

Esse movimento já vem acontecendo em nossa sociedade. Hoje as pessoas têm valorizado mais a ética. Patrícia Aburdene, autora do livro Megatrends 2010, que aborda uma pesquisa sobre tendências do século XXI, conclui “ Surgindo das cinzas da crise, corrupção e desconfiança pública, ganha atração de milhões num movimento totalmente novo que visa revitalizar a ética e o espírito da livre iniciativa”. Jovens escolhem seus trabalhos levando mais em conta a satisfação do que o ganho monetário.

Exploramos todas os cantos dos planeta, visitamos a Lua e agora, por meio de aparelhos, estamos futricando Marte. Contradissemos Demócrito (460 a.C. - 370 a.C.) e estudamos partículas menores que os átomos. Enfim, viajamos do infinitesimal ao infinito, sempre focados no que estava fora de nós mesmos. É compreensível que após essa imensa expansão façamos um movimento retrátil e comecemos a explorar o conhecimento que os indianos sempre viram como o mais importante - aquele que nos permita ser quem realmente somos, desatando as amarras de uma cultura que determina nossas ações e vontades para descobrirmos o que realmente nos agrada. Enfim, um conhecimento que proporcione felicidade acima de tudo.

Está chegando o momento de darmos o último passo na escada de Maslow, alcançar seu ápice, que por ser o último degrau, também será o mais difícil e talvez o mais duradouro. O que está por vir é mais profundo que as pesquisas tecnológicas de ponta, é mais sofisticado que os ultra-modernos aparelhos da NASA. O que temos para desvendar na próxima Era, tal como nos indica esse longo caminho que o homo sapiens sapiens vem percorrendo há pelo menos 35000 anos é que chegou a vez de preencher a última das necessidades de Maslow: o AUTOCONHECIMENTO.

Comentários

  1. Adorei o texto Dani.
    Voce gostou do livro Megatrends 2010? Vou anotar como dica para ler.
    Vamos juntos rumo a Era do Autoconhecimento.
    beijao

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  2. Obra prima heim!!! hehe
    Como sempre textos impecáveis, e muito mais que isso...textos que mudam o modo de ver o mundo!!!

    Beijo grande e obrigada por estar sempre me ensinando, Renatinha!

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