Democratas ou Republicanos? Quem é melhor para o Brasil?

Estive nesta segunda-feira, num debate promovido pela Ação Jovem do Mercado de Capitais - www.ajmc.com.br - para discutir quem é a melhor liderança americana para o nosso país. Logo de início chamou a atenção o fato dos dois partidos terem representantes no Brasil. Realmente, não é por acaso que os Estados Unidos são a maior economia do planeta. Eles estão o tempo todo a pensar no mundo, a agir globalmente, penetrando em todos os lugares que sejam interessantes à sua prosperidade.

Para quem não conhece muito bem a política dos Estados Unidos, ela é formada basicamente por dois partidos.

Os Democratas são chamados nos Estados Unidos de liberais, contrapondo-se aos conservadores, o que gera uma pequena confusão semântica, uma vez que sua política não é liberal e sim social-democrata, mais ou menos como o PSDB ou Democratas no Brasil. Adotam atitudes protecionistas com forte ligação com os sindicatos e têm como uma de suas bases a preocupação com o meio ambiente. São mais contidos em relação às guerras do que seus concorrentes.

Os Republicanos acreditam na geração riqueza a partir de mais benefícios dados às empresas e ao crescimento econômico. Trabalham pela abertura de mercado, embora pudessem fazer mais nessa área e acreditam piamente no equilíbrio fiscal, o que não foi aplicado por Busch.

O debate foi ótimo, ambos os representantes, apesar de estadunidenses, falavam português e expuseram com clareza suas propostas que reforçaram ainda mais minha idéia anterior: McCain é o melhor candidato para o desenvolvimento brasileiro.

O candidato Republicano alimenta um carinho especial pelo nosso país. Na década de 60, como marinheiro americano, ele aportou no Rio de Janeiro e conheceu uma brasileira, com quem namorou um bom tempo, fazendo-o voltar várias vezes para . McCain declarou que o Brasil é que deveria estar no lugar da Rússia no G8 e que lutará para que isto aconteça.

Embora Barack Obama seja um candidato que inspire confiança em todos os americanos, até mesmo nos Republicanos, ele não possui consistência administrativa e suas propostas declaradamente protecionistas irão dificultar ainda mais a entrada de produtos estrangeiros nos Estados Unidos. Obama é contra o etanol brasileiro e dará todos os subsídios para que o etanol feito a partir do milho americano seja produzido nos Estados Unidos, mesmo que tenha se comprovado que gasta-se mais energia na produção desse combustível do que ele consegue gerar posteriormente. o Republicano apóia o produto brasileiro e reduzirá as taxas para a sua entrada.

Em um discurso para representantes dos sindicatos, McCain foi questionado sobre o que faria para proteger os empregos dos americanos. Ele começou sua resposta de maneira tipicamente de política, mas de repente parou e surpreendendo a todos com sua sinceridade declarou “eu sou um trader e acredito no livre-comércio, não adianta eu ficar aqui tentando convencê-los. Eu não sou o candidato de vocês.” Essa sinceridade, jamais vista na política brasileira, poderia ser importada para .

Para o bem da Natureza, ambos os candidatos declararam que começarão a respeitar o Protocolo de Kyoto. Deixando ainda mais clara a diferença das propostas de McCain das de Busch. O atual candidato fez tantas críticas fervorosas ao Presidente que mesmo sendo um antigo senador Republicano foi convidado pelos Democratas a concorrer como vice-presidente na campanha contra Busch.

presenciamos em nosso país que a aparência de um bom político não significa que ele fará um bom governo. Que carisma exacerbado esconde milhares de mentiras e corrupção. E que entender de gestão é fundamental para a administração pública. É bonito apoiar Obama, é quase que politicamente correto, mas será que suas propostas e seu discurso, conhecido por nós, de mudança e esperança serão realmente colocados em prática? Pela experiência brasileira, acredito que não.

McCain está ali para fazer um novo governo, não repetir os erros do seu precedente e, como gosta muito do nosso país, acredito que ele seja a melhor opção para nós brasileiros e também para os yankees.

Comentários

  1. Oi Dani,

    Bem legal seus novos textos, estava um tempo sem entrar.
    Especialmente nesse, tenho algumas idéias divergentes das suas com relação ao perfil dos candidatos.

    Sempre me identifiquei mais com os democratas do que com os republicamos, por essa e outras razões torço assumidamente para o Obama, não por me comover por sua ascendência africana ou coisa do tipo. Sim por já ter lido alguns trechos de seu livro "A Audácia da Esperança - Reflexões sobre a Reconquista do Sonho Americano", que faz uma ótima análise da sociedade dos EUA.
    Adoro as idéias mais senis não moldadas pela repressão de ser filho de militares (como é o caso de McCain) e de ser 30 anos mais jovem que o outro candidato.
    O fato não é nem a idade, e sim os conceitos muitos deles obsoletos -isso sem falar na insistência em invadir o Iraque, talvez para relembrar os tempos em que lutou na guerra do Vietnã.
    Concordo contigo quando falas que entender de gestão é fundamental para a administração pública. Obama é formado em Ciências políticas e direito e tem uma enorme capacidade de animar os eleitores, oferecer uma nova liderança e é um entusiasta da bioenergia.
    Aí entra a questão do etanol... No ano passado ele tentou aprovar leis de incentivo fiscal à indústria automobilística americana para a produção de veículos “flex-fuel”, que aceitam mais de um tipo de combustível.
    A produção de etanol nos EUA só é viável porque os plantadores de milho contam com generosos subsídios governamentais. Sem dinheiro do governo, não há como enfrentar a concorrência de países como o Brasil.
    É por isso que Obama, grande defensor desses subsídios, é visto no Brasil como o pior dos pré-candidatos à Presidência dos EUA no que se refere à grande chance que a adoção do etanol pelos EUA representa, na minha opinião quem pensa assim é que tem uma visa protecionista pois se opões à livre-concorrência, ao livre-comércio.
    Acho que no final, esses subsídios acabarão por beneficiar o Brasil. A idéia do candidato é que, por causa do subsídio, está sendo criado um mercado enorme para o etanol, e o Brasil será necessário para suprir esse mercado já que temos capacidade de produção e tecnologia de produção, distribuição e uso já testadas.

    Como tu mesmo falasse os republicamos trabalham pela abertura de mercado, mas nem sempre fazem como foi o caso de Busch. Então não podemos esperar que todo candidato desse partido nos convide para importar nossos produtos com uma carta de boas vindas.

    Ta acho que já falei demais, nem sei se caberá aqui.
    Mas são só outros pontos de vista.

    Parabéns pelo texto.

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  2. Gostei do texto do Dani, mas vou discordar da Mayara, ainda prefiro o McCain. Não acho que idade ou ser filho de militar faça alguém ter idéias mais atrasadas, McCain é velho e militar e tem cabeça muito mais aberta que muitos americanos sejam democratas ou republicanos, filhos de militares o FHC também é, apesar de não ser fã dele não acho que ele possui a mesma mentalidade do militarismo brasileiro, e se for apostar em juventude acho que o Collor teria sido o melhor presidente do Brasil, Collor foi um presidente jovem de conceitos da mesma política antiga. Ser velho ou de família militar não faz a cabeça de alguém ser mais atrasada, independente da origem e da formação, o que vale é o caráter, pessoas com bons ou maus conceitos saem de qualquer tipo de família. o último presidente dos EUA que é tido como o da grande mudança foi o Reagan (ele é elogiado pelo Obama em vários discursos), e é o presidente mais velho dos EUA até o momento. Na Alemanha pós-Hitler quem assumiu ela foi Adenauer que tinha naquela época 73 anos, no entanto fez um governo revolucionário e é tido como o maior alemão de todos os tempos. E o próprio EUA teve um presidente militar, que tinha conceitos mais modernos que a maioria dos políticos americanos, no caso era o Eisenhower que havia liderado os Aliados na Segunda Guerra.

    A respeito do Iraque, certo ou errada a invasão ela já ocorreu, independente disso o fato é que os EUA precisam manter as tropas lá até colocar em ordem o país, ou senão, os terroristas vão comandar aquele local e o Irã vai mandar naquela região. Esse plano de retirada imediata ou é falsa promessa eleitoral populista para ganhar votos, ou um grande erro mesmo. Os EUA precisam mesmo depois da retirada manter uma base permanente como fez no Japão e na Alemanha, afinal aquela região é um barril de pólvora. Obama diz que vai manter apenas soldados na embaixada, ao mesmo tempo diz que vai bombardear o Paquistão, o que mostra que não é nenhum pacifista, e será um desastre grande atacar o Paquistão. Mesmo os democratas sendo menos militaristas que os republicanos, isso não fazem deles pacifistas, o Vietnã e a Guerra das Coréias foram obras deles. Assim na ânsia de querer fazer um país seguro políticos democratas, podem ser mais agressivos que republicanos, como ocorreu durante o período do Vietnã. McCain teve o mérito de ter sido crítico do modo de condução de guerra feito pelo Rumsfeld e o Bush, mesmo sendo do mesmo partido. Também acho um erro por parte de Obama negociar com o Irã, ele costuma dizer que Reagan negociava com a URSS, mas uma coisa é uma URSS liderada por um homem sensato como Gorbachev, outra é com um fundamentalista anti-semita que quer destruir Israel. Tanto é que as FARC e o Hamas torcem por Obama.

    Sobre o etanol não tenho dúvidas que Obama é prejudicial ao Brasil, os democratas são protecionistas e Obama e já expressou que segue essa linha, e já atacou o etanol brasileiro, só temos a perder com uma postura dessa e não ganhar já que os subsídios são prejudiciais a concorrência brasileira. É verdade que mesmo os republicanos sendo a favor do livre comércio, o Bush contrariando a linha do partido, como também fez com a política fiscal, foi protecionista em certos casos, mas acabou perdendo na OMC e desistindo da proteção. McCain pelo menos já é abertamente contra o protecionismo, tanto é que até o Lula prefere ele ao Obama, então com Obama é certeza que vem protecionismo, quanto McCain a probabilidade é menor.

    Até agora não entendi o que é a mudança proposta por Obama. O que ele de fato vai mudar? Livros bonitos até Hitler já escreveu, e conquistou os alemães assim, claro que Obama não é nenhum monstro, mas não me cativa em nada alguém escrever livros bonitos.

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  3. Oi Eli,

    Engraçado você começar citando Collor e o militarismo, já que ele foi o primeiro presidente da República eleito por voto direto após o regime militar. “Collor foi um presidente jovem de conceitos da mesma política antiga.” De longe, concordo com essa afirmação. Collor tinha sede de inovação, apesar das besteira que fez como o congelamento das contas, se não fosse por ele e a abertura do comércio talvez hoje em dia o Brasil estivesse como o Chile.

    Reagan foi realmente um grande líder que admiro apesar de ser assumidamente membro da facção mais conservadora do Partido Republicano e não sei pela memória comprometida pela idade fez a gafe de quando veio ao Brasil fazer um brinde ao “povo da Bolívia”. Assim como na década de 80 esse presidente republicano mobilizou a participação dos jovens na política, os estudantes de hoje são uma geração motivada pelo Partido Democrata, favorecendo Obama, que pode marcar um novo paradigma na política dos EUA como Reagan fez muito bem.

    O lado bom de ter um candidato com mais idade é que temos mais o que estudar sobre seu passado, podendo fazer uma análise melhor sobre seu caráter que para mim também é mais importante do que idade ou família (corrijo se me fiz entender diferente anteriormente). McCain não é forte em temas econômicos, não gosta de falar sobre o tema e assume que não tem muito conhecimento a respeito.

    Nesse momento os americanos estão preocupados com a crise econômica. Eles também estão preocupados com assuntos aos quais os republicanos não têm dado atenção, como o aquecimento global, a dependência energética e as fontes alternativas de energia. Um novo presidente pode "acordar" a nação para esses assuntos. Alem de ter potencial para melhorar a imagem do país perante a comunidade internacional. Respondendo tua pergunta as mudanças propostas por ele mais expressivas, além daquelas que já falei, estão no setor da saúde pública, pesquisa com células tronco, controle de armas, impostos e racismo.

    Será que se Obama fosse esse bicho de 7 cabeças para a política externa os europeus estariam o apoiando? Para 42% dos europeus entrevistados, Obama é o que tem melhores condições de resgatar a economia mundial do marasmo, contra 22% que acreditam em McCain.

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  4. Parabéns para o Daniel De Nardi pelo texto.
    Acho que o plano econômico já foi abordado com bastante clareza, mostra que o Senador McCain é o melhor candidato à presidência. Só queria acrescentar algumas outras razões, pela qual não faz o Senador Barack HUSSEIN Obama o melhor candidato à presidência dos EUA.
    Seu único objetivo é o poder. Seu "hobbie" favorito é escrever sobre ele mesmo. Perde tanto tempo com seus livros que não esteve presente em 40% na votação do senado e quando estava presente votou a maioria “PRESENTE”. É tão difícil estudar uma proposta e votar SIM ou NAO?
    Como referência o Senador Barack RUSSEIN Obama tem o Reverendo Jeremiah Wright onde o Senador Obama apoiou e doou dinheiro para o projeto extremista educacional com a qual difunde a filosofia anti-americanos. Não podendo deixar de citar Willian Ayers (radical terrorista), Rashid Khalidi (amigo, refere a Israel como um "estado racista"), sem dizer em Raila Odinga, primeiro grau primo do Senador Obama, com o qual suporta os mulçumanos que têm matado pessoas no Kenya. Senador Obama fez campanha para seu primo Odinga em 2006 e doou 1 milhao de dólares para a campanha. Agora, essa semana, assistimos ao Senador Barack Hussein Obama envolvido com o grupo ACORN que está sob investigação na fraude de títulos eleitorais duplicados. É brincadeira ou não é?
    Tem um livro sobre Obama Russein que eu indico: "The Accomplishments of Barack Obama". http://www.obamaresearch.com/ . Um livro com introdução e o resto cheio de páginas brancas. Assim se resume o Senador Obama: vazio; habilidade mesmo só com a conversa fiada.

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  5. Conquistou mais uma leitora do seu blogg. Inteligentíssima a sua postagem sobre as eleições americanas. A abordagem de maneira objetiva e clara facilitou muito a leitura e o entendimento sobre o assunto!

    Parabéns

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  6. Kattyzita
    Como não sei seu nome terei q chamá-la assim. Obrigado pelas colocações. Eu estou morando em NYC e é impressionante a fascinação que as pessoas aqui tem pelo Obama.
    O que me assusta é muita expectativa em cima de uma pessoa. Não acredito em salvadores, em pessoas de ego exacerbado demais, não creio em Super-CEOs capazes de resolver todos os problemas de uma empresa. Acredito em pessoas que criem ferramentas para que o conjunto seja melhor que uma única mente impondo tudo.
    Meu medo é que os americanos percam o senso crítico e depois de um tempo verem tudo ir por água abaixo.
    Pelo que tenho sentido aqui. Não terá surpresas, Obama ganha a eleição. O que acontecerá depois?
    Nem Thoma Jeferson saberia.
    Bjs

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  7. Taníssima
    Obrigado pelo comentário. Espero que os artigos possam elucidar mais percepções em sua vida.
    Bjs

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. sim Daniel, esse lado leste ai idolatra a figura do Russein. Eu moro no Texas e aqui a maioria 'e conservadora. "Thank God"! Estou como voce preocupada e assustada porque o Russein esta perto de ser eleito. Quem sabe um milagre acontece nesse reta final e o McCain ganha. Caso contario assistiremos esse pais entrar em uma depressao. Forte abraco. Katty. "Keite"

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