Acabo de ter uma prazerosa aula sobre relacionamentos humanos ao ler atentamente o livro que deu título a esse artigo. Minha professora foi a psicóloga brasileira Regina Navarro Lins. Acredito que ninguém conseguiria desmantelar com tamanha astúcia intelectual as mais arraigadas “verdades” sobre este tema como fez esta corajosa escritora. Ela demonstra que tudo o que a tradicional educação vende como correto em termos de relações, passou por grandes transformações ao longo da história. Aquilo que hoje é aceito como sensato, já foi execrado em épocas passadas e vice-versa. Por esta razão aprendemos na leitura, o que parece óbvio, mas que pouca gente aplica. Não existe certo ou errado quando falamos de relacionamento, o que existem são convenções que nem sempre condizem com as vontades pessoais de quem se une. Por ser algo muito pessoal, cada um deve encontrar a melhor maneira para si e jamais simplesmente aceitar o que é empurrado como o mais adequado.
O livro aprofunda a história e as transformações que passaram conceitos aparentemente eternos como o amor romântico, a veneração pelos filhos, o patriarcalismo e a sua antítese o matriarcalismo, o sexo, o homossexualismo e a prostituição. Tenho certeza que você já tem conceitos cristalizados sobre todos esses temas e nem imagina de onde vieram e quais as razões que estão por trás destas opiniões. Costumo sublinhar, escrever e ainda colar post-its plastificados para marcar as partes mais importantes dos livros, este hábito além de reforçar as mensagens, facilita qualquer consulta posterior. Para mim, esta obra apresentou tantos axiomas - premissas consideradas necessariamente evidentes e verdadeiras - que sublinhei e escrevi em praticamente todo livro e os tantos post-its colados fizeram-no parecer um fio repleto de bandeirinhas de são-joão.
O mais significante ensinamento que ficou é que crenças que vão nos sendo impostas pelo sistema penetram a psique de tal forma que passamos a defendê-las como sendo “nossas”, tal qual uma verdade inquestionável que todos os seres humanos devem acatar. Não questionar padrões comportamentais que conflitam com a nossa felicidade é no mínimo uma burrice declarada. Acho que se um dia tiver um filho, ou melhor ainda uma filha, e como todo o pai desejar a máxima realização pessoal para ele, este será o primeiro livro que indicarei a leitura. Como o objetivo do artigo não é fazer um resumo da obra, não vou entrar em mais detalhes sobre seu conteúdo. Fica aqui uma veemente recomendação de leitura.
Oi querido,
ResponderExcluirFinalmente compreendi o que me querias dizer sobre este livro lá no Rio...e agora sim concordo...estávamos a dizer praticamente a mesma coisa e não nos estávamos a entender.
És mais eloquente a escrever do que a falar...eehhehehe....kidding...
Vou continuar a ler o blogue....beijossssssssss
Ahhhhhh, adorei esta frase...absolutamente genial...
ResponderExcluir"Não questionar padrões comportamentais que conflitam com a nossa felicidade é no mínimo uma burrice declarada."
É pena que a maioria das pessoas se deixe levar pela inércia, pelo medo ou simplesmente pela preguiça de mudar.
Se gostaste deste livro, recomendo-te vivamente a leitura do livro "Os homens são de Marte e as mulheres são de Vénus", de John Gray.
ResponderExcluirO título, na minha opinião meio disparatado, não corresponde à qualidade do seu interior. Uma tese profunda, articulada e realista sobre as idiossincrasias de cada género.
A sensação que tiveste com o "Cama na Varanda" relativamente aos teus filhos, eu tive em relação a este. Pensei: "Assim que os meus filhos começarem a saber ler, têm de ler este livro de tempos em tempos".
Será a única maneira de sobreviverem às complexas relações entre os sexos.
Eu estava procurando exatamente isso!
ResponderExcluirO medo de "quebrar padrões" e o reflexo que isso pode causar na imagem perante a sociedade também deve ser levado em consideração. Não acredito que apenas a falta de vontade seja o vilão mas uma série de fatores.
Passei ao acaso por esse blog e achei a dica desse livro bem interessante, vou conferir!
Valeu!
Fiquei super curiosa pela leitura!
ResponderExcluirBeijo Grande
Ana Gabriela de Souza
Adorei o texto, comprei o livro e estou gostando mais ainda.
ResponderExcluirValew a dica
Alyne