Fiquei muito satisfeito ao ver estampada na capa de uma importante revista de negócios a foto de um dos consultores que mais influenciou minha educação gerencial. Para aumentar ainda mais minha alegria, Jim Collins está sendo apontado como sucessor de Peter Drucker, outro grande gênio que até hoje, mesmo depois de seu falecimento, ainda inspira gestores de todo o mundo. A forma como Jim produz suas obras lhes ourtoga uma profundidade impressionante. Antes de publicar qualquer livro, Collins e sua equipe passam no mínimo cinco anos totalmente debruçados em todas as informações que as empresas estudadas produziram em suas histórias.
Apesar de ter vendido cerca de cinco milhões livros este autor ainda não é tão conhecido no Brasil como seu maior influenciador Peter Drucker. A revista conta que foi o próprio Drucker que apontou Jim como seu sucessor. Não por acaso, atualmente ele é considerado o maior pesquisador de gestão e liderança do mundo corporativo. Prioritariamente, pela relevância das suas duas principais pesquisas/livros:
- Feitas para durar (ed. Rocco) - Livro que expõe uma larga pesquisa realizada com empresas de mais de 50 anos de existência que sempre se mantiveram líderes do mercado. Apresenta os principais diferenciais delas para as demais.
- Empresas feitas para vencer (ed. Campus/Elsevier) - Mostra empresas que sempre se mantiveram na média do mercado, mas que em determinado momento quebraram essa tendência e se tornaram líderes vencedoras. Nele ele expõe o que aconteceu no momento da ruptura, demonstrando quais eram as características do líder, como a equipe era escolhida, em que se baseavam suas estratégias, como se mantiveram no topo, etc.
Peter Drucker em sua obra expôs a importância que a gestão tomaria, e de fato tomou, em todas as instituições existentes no mundo, sejam elas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos ou mesmo em uma guerra. Inclusive, ele atribui o poder econômico dos Estados Unidos ao melhor uso deste know-how.
Jim me fascina por ser mais filósofo, mais profundo e por mostrar que administrar uma empresa pode ser uma experiência de profundidade iniciática (não confundir com iniciante, iniciática é o nome dado a experiência que o asceta, depois de provar merecimento, recebe algum tipo de Iniciação em escolas filosóficas). Fala de conceitos imprescindíveis para a vida de qualquer pessoa como o objetivo além do lucro, a ambição a metas audaciosas e identifica no comprometimento do líder com o sucesso da instituição, e não o seu próprio êxito, como o principal diferencial para a perpetuação de uma empresa.
Se fossemos colocar em poucas palavras o que de mais importante sua obra nos ensina. Poderíamos dizer que acima de tudo, Jim acredita que um empreendimento não deve servir para gerar fama e fortuna aos seus fundadores. Para que uma empresa alcance o status de visionária, ela deve ser criada a fim de cumprir uma missão maior do que simplesmente dar dinheiro. Deve contribuir para beneficiar a sociedade e não apenas seus donos. Deve ter um propósito pelo qual todos os seus membros irão empenhar seus esforços conjuntos a fim de alcançá-lo. Ele prova que isto não se atinge à custa de egos hiper inflados de seus líderes expostos na mídia, mas através de um tipo de liderança que alia a humildade à ousadia, que compartilha o sucesso, mas que chama para si a responsabilidade pelo fracasso. Esse tipo de líder age para construir uma instituição forte e não para deitar nos louros do sucesso. Por isto, se preocupa tanto com a perpetuação da empresa, preparando da melhor maneira possível sua sucessão.
Jim demonstra a importância das pessoas certas quando apresenta o conceito Primeiro Quem. No qual, ele mostra que empresas vencedoras antes de se preocupar em determinar a estratégia - que sempre seria escolhida em cima de algo que a empresa amasse, que pudesse ser a melhor do mundo e que ainda pudesse fazer desta atividade seu motor econômico – ela escolhe muito bem as pessoas. Deixa claro que se há alguma dúvida na contratação de um colaborador é melhor não fazê-la, pois pessoas erradas obrigam a empresa a criar mecanismos de controle que acabam desmotivando as pessoas certas que sabem se auto gerir por serem mais empreendedoras. Por fim, ele mostra que a simplicidade na operação pode ser fundamental para o sucesso e que uma empresa deve tentar muitas coisas até de descobrir a sua razão pela qual existe.
Para a nossa felicidade, Collins está no fim de um de seus períodos de cinco anos de pesquisa e prestes a lançar mais um expressivo livro. Nele comparará o alcance do sucesso a uma escalada ao cume do Everest. Onde, enquanto você se encontra no acampamento-base e percebe que virá uma tempestade, pode se ajeitar na barraca a 4300 metros e esperar ela passar. No entanto, quando estamos a 8000 metros de altura o tempo todo aparecerão dificuldades de todos os lados. Os ataques e adversidades são constantes para que esta no topo. Não obstante, o consultor acredita demais na capacidade do ser humano de vencer qualquer adversidade para realizar algo que muito almeja.
“Estou totalmente convencido que mesmo a 8000 metros acima do nível do mar, num mundo caracterizado pela brutalidade e pelas mudanças velozes, o que nos acontece depende de nós. Tornar-se realmente grande não é algo que dependa das circunstâncias. O importante é se a pessoa se comporta bem e faz o que é correto. Se sim, o resultado estará em suas mãos.”
A importância do propósito e da determinação de cumprí-lo.
ResponderExcluirParabéns,
Norbert´s
Sou mais vc:) Daqui a 20 anos vamos sentar e rir.
ResponderExcluirAbração,
Leo Spínola.