O que precisamos saber para sermos uma potência

A eterna esperança de que seríamos o país do futuro parece estar caindo em descrença absoluta por conta dos recorrentes acontecimentos nacionais. Devemos vencer essa incerteza e construir o país do presente. Diz a lenda que nós não desistimos nunca mas, ninguém consegue realizar algo se não acreditar no projeto. Precisamos inflar a confiança brasileira e isso pode acontecer a partir da observação de alguns fatos.
Peter Drucker em um importante artigo chamado `` A administração e o trabalho do mundo `` nos alerta para o fato de que `` ao longo dos últimos duzentos anos, nenhum país se tornou uma grande potência econômica seguindo as passadas de líderes anteriores.`` Nesse mesmo texto ele demonstra como fizeram os líderes de hoje. Os Estados Unidos, foi o país que mais desenvolveu a capacidade de gestão, mostrou isso muito claramente na II Guerra mundial e se se manteve fiel a essa proposta aprimorando-se sempre no gerenciamento de todas as suas instituições. Os japoneses no pós-guerra usaram o perfeccionismo, um de seus valores comportamentais mais arraigados e o adaptaram a administração pública e privada. Tornaram a produção tão perfeita que ainda hoje, nenhum país consegue alcançá-los, por exemplo, na indústria automotiva.
Drucker deixa claro que os oito países mais desenvolvidos do mundo produzem juntos praticamente tudo o que necessitam. Para que uma nação consiga entrar nesse seleto grupo ela deve se conhecer a tal ponto de saber o que possui de valores que podem ser agregados ao resto do mundo. Feito isso é preciso desenvolver seus atributos para poder repassá-los.
O que o brasileiro possui de mais marcante e que poderia ser comercializado?
Vamos então há uma das mais importantes obras escritas no Brasil, deveria ser leitura obrigatória a todo brasileiro desejoso a entender de onde vem nossa forma de agir e pensar. Esse é o livro ``Raízes do Brasil`` de Sergio Buarque de Holanda.
Nesta obra, ele indica o caminho: `` é que nenhum desses vizinhos (referindo-se aos países europeus próximos a Portugal e Espanha) soube desenvolver a tal extremo essa cultura da personalidade, que parece constituir o traço mais decisivo na evolução da gente hispânica, desde tempos imemoriais. Pode dizer-se, realmente, que pela importância particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional.`` Essa influência do culto a individualidade foi fortemente marcada no povo brasileiro, que já tinha no índio um tipo de personalidade forte.
Como o mundo poderá valorizar a forte personalidade do povo brasileiro?
Em mais uma obra imprescindível a qualquer um que queira entender para onde o mundo esta caminhando Thomas Friedman, em ``O mundo é plano``, explica que antigamente o mundo era um lugar enorme e que para uma cultura influenciar outra só por meio de uma guerra na qual um Estado inteiro invadiria outra nação e imporia suas formas de pensar e agir. Após a revolução industrial o mundo diminuiu, pois ficou mais fácil alcançar outras pessoas, as empresas multinacionais cumpriram o antigo papel do Estado e puderam levar a todas as partes a cultura dessas instituições. Atualmente o mundo está muito pequeno, pois um indivíduo sem muito destaque na sociedade, pode influenciar milhares de pessoas ao redor do mundo. Por exemplo, através de um simples conference call uma pessoa na Índia dá diretrizes a pessoas nos cinco continentes do mundo ao mesmo tempo. Thomas Friedman mostra claramente que o ser humano ganhou muito valor na nossa sociedade e que isso só crescerá nos próximos anos.

Juntemos tudo e comecemos nosso progresso.
Realmente é imprescindível que ampliemos nossa identidade nacional, exacerbando o que temos de melhor. Devemos aproveitar essa tendência mundial de valorização do potencial humano, pois nosso povo tem personalidade, isso quando bem trabalhado se reflete em confiança e depois em realização.
O Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo, nós brasileiros sabemos que podemos concretizar sonhos se colocarmos vontade e dedicação. Claro que algumas de nossas características comportamentais relativas à personalidade forte precisam ser melhoradas.
A confiança exacerbada pode dificultar a previsão de erros e enfraquecer o planejamento. Aquele que pensa muito em si, acaba por esquecer-se do todo. É muito comum vermos grandes empresários dizendo `` eu realizo minha parte fazendo minha empresa dar certo e pagando meus impostos`` Já vimos que só isso não é suficiente. O brasileiro tende a construir uma empresa para suprir seus gastos e não uma instituição sólida, para a sociedade e que se preservará além de sua própria vida. Comecemos a pensar em um plano conjunto de participação coletiva pelo engrandecimento do país, discurso tão comum nos Estados Unidos.
A peça mais importante para a prosperidade de projetos, que é o ser humano com capacidade de liderança, nós temos de sobra nesse país. Acreditemos mais em nós mesmos e façamos acontecer.

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