Nós fazemos nossa parte

Como todo pequeno empresário, comecei sem experiência e sem capital suficiente, mas com muita motivação e vontade para vencer. Tenho consciência dos muitos problemas que afetam o pequeno empresário brasileiro, mas não é neles que vou me focar. Vou falar de problemas e soluções maiores que já vem sendo implementadas, mas que só quem está no olho do furacão percebe. Porque é sabido que existem três tipos de pessoas: as que fazem as coisas acontecerem, as que vêem as coisas acontecendo e as que perguntam: “o que aconteceu?”.
A classe empresarial brasileira chamou para si a responsabilidade de melhorar este país que tanto amamos. Cansados, desistimos de esperar por pessoas que não estão à altura do cargo político que ocupam, nem têm competência para fazer desta nação uma grande potência.
O movimento para mudar essa situação de desencanto com os que nos deveriam representar não é novo, mas tenho certeza de que nunca esteve tão forte quanto agora. Tenho o privilégio de poder acompanhar de perto o esforço sobre-humano de pessoas como Paulo Skaf, na FIESP; Milu Vilela, José Roberto Marinho e Jorge Gerdau à frente do Todos pela Educação e Quero Mais Brasil. Vejo diariamente tudo o que eles têm feito para melhorar o País. Eles e outros muitos exemplos nacionais que trazem essa esperança viva e dinâmica em prol do crescimento do Brasil.
Paulo Skaf tem lutado incansavelmente por demandas que sabemos serem essenciais, como a queda de juros e o enxugamento do Estado brasileiro, dois pontos que por sinal andam juntos. O Todos Pela Educação tem uma meta muita audaciosa para a Educação Básica que tratam do acesso, permanência e conclusão atestada em documento firmado junto à Unesco, de alfabetizar toda a população brasileira até 2020. Essas ações, embora não mostrem resultados no curtíssimo prazo, revelam um aumento da consciência política e administrativa do Brasil. Consciência que foi reprimida pelas gerações que viveram desde a época da ditadura, cristalizando-se o afastamento cada vez maior da população em relação às urgências sociais e deixando, assim, espaço para que políticos inescrupulosos fizessem o que bem entendessem com a nação. Com certeza, a mudança desse paradigma produzirá conseqüências benéficas para todos nós, aumentando a renda, a inclusão e a qualidade de vida da população.
Meu otimismo não para por aí e se amplia ainda mais quando penso no exemplo que estes empresários dão aos novos empreendedores que estão crescendo junto com tudo isso. Hoje, nenhum empresário consciente pensa em criar uma empresa apenas para gerar lucros para si, finalmente estamos acabando com isso. Quem inicia um negócio, agora, sabe que terá de enfrentar não apenas os problemas de sua empresa, mas, numa visão mais sistêmica, precisará inserir-se na busca de soluções viáveis para os problemas de todo o país. Ele sabe que não está criando algo apenas para satisfazer suas necessidades, mas que de seu sucesso dependem todos os que trabalham ao seu lado e que precisa fazer com que essas pessoas também atinjam sucesso, nessa que é a mais básica manifestação de responsabilidade social. O empreendedor moderno sabe que deve criar algo que se perpetue para além de sua vida e da vida dos. Paramos de criar para nosso ego, e criamos instituições sólidas para o coletivo, instituições perenes que contribuirão para o êxito de todos. Sabemos que sem uma política de real inclusão social e cidadã não haverá uma segunda oportunidade para nos orgulharmos de sermos brasileiros.



Seguindo o exemplo desses líderes, jovens estão se organizando em grupos de trabalho para viabilizar essa empreitada. Grupos como o CJE-FIESP, do qual faço parte, extremamente comprometidos com a sustentabilidade e ensinando isso a outros jovens por meio de seus eventos.
Ou como o Ação Jovem pelo Mercado de Capitais, formado por jovens que trabalham nessa área, que adentram as favelas para ensinar à população mais carente como administrar melhor seu dinheiro sem se perder em uma prestação infinita, aparentemente barata, na loja de departamentos mais próxima. Nenhum membro desses grupos ganha nada para isso – nada além da sensação de realizar o sonho de tornar o Brasil um país respeitado.

Tudo isso mostra que realmente estamos fazendo nossa parte para deixar de ser a nação do futuro, para ser uma nação do presente. Se as coisas continuarem assim, e o governo não atrapalhar, o G8 que nos espere.

*Daniel De Nardi é diretor do CESER e CJE na FIESP e membro do Conselho Administrativo da Uni-Yôga.

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