A comunicação começa conosco

Falar de algum ponto da globalização pode ser algo banal no momento atual, mas apesar de parecer que já esgotamos esse assunto, como estamos em meio ao movimento, certamente nem todas as nuances desse fenômeno foram previstas. Parece que quanto mais cresce essa revolução, mais assuntos teremos para refletir. Vejamos alguns pontos sobre a comunicação nos dia de hoje.

Com o crescimento da aldeia global, passamos a travar contato com pessoas de culturas e valores diferentes. Cada vez mais as viagens se tornam uma constante na vida de milhares de pessoas e as relações estabelecidas via web também só crescem.

O fato é que as relações intercontinentais estão aumentando muito mais rápido do que o aprimoramento da nossa comunicação. Quando falamos em comunicação não nos referimos somente a capacidade de falar outra língua, mas a de nos fazer compreender e realmente expressarmos aquilo que sentimos. Esse ponto ainda não foi bem resolvido nem nos nossos círculos mais próximos como família, cônjuges e amigos. O que acontecerá quando isso se reforçar em outros lugares do planeta? Uma vez que o mais importante da comunicação não é o que se diz mas o que o outro ouve.

Devemos estar atentos pois, tendemos a julgar tudo a partir de nossas experiências de vida e não sabemos como fazer isso com pessoas de hábitos e costumes tão diferentes dos nossos.
O que pode acontecer, por medo desses conflitos, é tornarmos nossas relações altamente superficiais. Isso seria um regresso ao ponto histórico no qual tínhamos tão poucas expressões em nosso vocabulário que somente os anseios mais primitivos eram manifestados pela fala. Foi a magia da comunicação que tornou nosso mundo mais alegre, mais dinâmico e mais profundo. Foi também o diálogo que nos diferenciou dos outros animais e que diferencia nações mais desenvolvidas de outras prejudicadas pela falta de informação.

O ser humano recebe em sua criação uma grande quantidade de imposições ideológicas do que deve ou não fazer e isso nem sempre é coerente com a sua percepção do que é melhor para sua felicidade. O conflito começa ai, com a falta de veracidade consigo mesmo, mas cresce ainda mais quando nos relacionamos com outras pessoas das quais gostamos. Por não querer magoá-las agimos o tempo todo sem sermos espontâneos e vestindo a máscara daquilo que o outro gostaria que fôssemos.

Chegamos num ponto da história que se torna imprescindível que o ser humano comece a se auto-observar e desenvolver seu autoconhecimento. É de importância vital que aprendamos a nos expressar, primeiro permitindo-nos sentir mais o mundo e as emoções e depois compartilhando isso com as pessoas. À medida que vamos nos conhecendo mais é natural que cresça dentro de nós uma autoconfiança muito grande que facilitará a expressão do que preferimos.

Precisamos agir, não ocultar e muito menos reprimir o que sentimos, afinal somente com a expressão clara do que você esta sentindo é que a outra pessoa conseguirá lhe compreender e você também compreenderá mais a si mesmo. Quando manifestamos a alguém o que sentimos aquilo fica mais claro dentro de nós e se a sensação for favorável poderá ser preservada por mais tempo e se for contraproducente mais fácil será desembaralhada.

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