A arte de contemplar a vida
A contemplação é um ato que acompanha o ser humano desde os mais remotos tempos. Os povos sedentários (que habitavam uma terra e nela ficavam por muito tempo) tinham a cultura desse hábito ainda mais arraigado, pois como não pretendiam se deslocar no espaço tinham todo o tempo para se deslumbrar com as maravilhas do mundo que nos rodeia. Por observar por um longo período tudo o que estava a sua volta, essas pessoas conseguiam atingir uma percepção mais aguçada do universo. Chegar à essência das coisas requer muita observação focada sem ser influenciado por outros sentidos externos. A cultura da contemplação começou a ser prejudicada a partir do momento em que os povos nômades começaram a ocupar mais espaço na terra, pois eles se estabeleciam nos locais apenas o tempo em que as reservas naturais disponibilizavam o que eles necessitavam. Esses povos ambulantes não tinham o pensamento voltado para o longo prazo, para a construção de uma civilização e muito menos para a geração de riquezas e tecnologias. Eles eram especializados na guerra e na atitude mesquinha de tomar de outros povos que não eram tão bons na arte bélica. O deslocamento dos povos foi o primeiro motivo que levou o Tempo a interferir em nossas atitudes cotidianas.
Havendo uma cultura do tempo a contemplação passou a não ser mais muito bem vista, pois por exemplo observar animais por um longo período de tempo, poderia ser interpretado como uma perda desse precioso recurso. Os orientais nunca deixaram de lado o ato da contemplação, vemos isso claramente nas técnicas de meditação das artes marciais e especialmente no yôga antigo onde encontramos mais de 52 métodos de meditação. Os Indianos que criaram o yôga sabiam que única forma de expandir sua consciência era detendo a atenção por um longo período de tempo em um único som ou símbolo, sem julgá-lo ou analisa-lo apenas contemplando-o, isto quer dizer observando com prazer.
Do lado de cá, no ocidente depois de ter perdido um pouco do seu valor, a contemplação voltou a ser enaltecida na cultura grega na época da formação da polis. Apesar da imagem que temos dos filósofos gregos como altamente racionais, na verdade o que eles mais enalteciam em seus discursos era a contemplação. Eles colocaram essa atitude acima de qualquer outra atividade e foi justamente isso que gerou o julgamento de Sócrates. Chegou um momento que os filósofos começaram a ver toda a atividade como algo dispensável, inclusive a atividade política que eles tanto contribuíram para melhorar, isso gerou uma revolta nesse grupo de pessoas que induziu toda a polis a ficar contra os Pensadores.
Nos dias de hoje a observação de obras de arte se torna o mais sofisticado exercício dessa nobre atitude. Quando visitamos exposições começamos a perceber que o mais prazeroso não é fazer uma análise da obra, mas simplesmente ficar a frente dela e deixar-se invadir pela maravilhosa sensação que proporciona a parada das ondas mentais. A obra em si pode não significar nada para nós e nem ser o que podemos julgar por bela, mas será de extrema valia para as nossas sensações se, simplesmente, pararmos na frente dela e a observarmos na essência.
Fazer esta experiência é algo que deve ser tentado por todos e melhor ainda é transferirmos essa atitude para o nosso dia-a-dia e podermos retornar a ter a mesma relação com o tempo que tinham aqueles que mais aproveitavam a vida, os antigos povos sedentários que tinham a ampulheta da vida em suas mãos e entendiam o que realmente o universo representa.
Havendo uma cultura do tempo a contemplação passou a não ser mais muito bem vista, pois por exemplo observar animais por um longo período de tempo, poderia ser interpretado como uma perda desse precioso recurso. Os orientais nunca deixaram de lado o ato da contemplação, vemos isso claramente nas técnicas de meditação das artes marciais e especialmente no yôga antigo onde encontramos mais de 52 métodos de meditação. Os Indianos que criaram o yôga sabiam que única forma de expandir sua consciência era detendo a atenção por um longo período de tempo em um único som ou símbolo, sem julgá-lo ou analisa-lo apenas contemplando-o, isto quer dizer observando com prazer.
Do lado de cá, no ocidente depois de ter perdido um pouco do seu valor, a contemplação voltou a ser enaltecida na cultura grega na época da formação da polis. Apesar da imagem que temos dos filósofos gregos como altamente racionais, na verdade o que eles mais enalteciam em seus discursos era a contemplação. Eles colocaram essa atitude acima de qualquer outra atividade e foi justamente isso que gerou o julgamento de Sócrates. Chegou um momento que os filósofos começaram a ver toda a atividade como algo dispensável, inclusive a atividade política que eles tanto contribuíram para melhorar, isso gerou uma revolta nesse grupo de pessoas que induziu toda a polis a ficar contra os Pensadores.
Nos dias de hoje a observação de obras de arte se torna o mais sofisticado exercício dessa nobre atitude. Quando visitamos exposições começamos a perceber que o mais prazeroso não é fazer uma análise da obra, mas simplesmente ficar a frente dela e deixar-se invadir pela maravilhosa sensação que proporciona a parada das ondas mentais. A obra em si pode não significar nada para nós e nem ser o que podemos julgar por bela, mas será de extrema valia para as nossas sensações se, simplesmente, pararmos na frente dela e a observarmos na essência.
Fazer esta experiência é algo que deve ser tentado por todos e melhor ainda é transferirmos essa atitude para o nosso dia-a-dia e podermos retornar a ter a mesma relação com o tempo que tinham aqueles que mais aproveitavam a vida, os antigos povos sedentários que tinham a ampulheta da vida em suas mãos e entendiam o que realmente o universo representa.
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