TURISTAS

Ontem não escrevi. Motivo - fiz amigos. E não é mito essa história que um escritor deve ser solitário, são os ossos do ofício e essa é uma das desvantagens dessa arte. Mas estou aqui para falar da Islândia e no primeiro post sobre a viagem mencionei o Pondé e linkei uma crônica dele na Folha de São Paulo, entretanto a primeira vez que o li falar sobre esse país foi no seu livro - Guia politicamente incorreto da Filosofia.

"Volto da Islândia, um país maravilhoso. Antes de tudo porque ainda é vazio. Talvez dure um pouco antes de ser devorado pela breguice da indústria do turismo."

Pois sinto lhe informar Pondé, que a Islândia já foi descoberta e como. Segundo a previsão
do governo no ano que vem mais de um milhão de turistas visitará a ilha, o triplo do número de habitantes. Algo como o Brasil que esse ano bateu seu record com 6 milhões passasse a receber 600 milhões, nem somando 5 Copas, 2 Olimpíadas e uns 10 Carnavais chegaria perto. Claro que quem vem para cá é um turista diferenciado, que não para no Mc Donalds para pegar o wi-fi, mas turista é sempre turista e nisso eu concordo com o Pondé. Quem visita esse lugar espera algo mais isolado, exclusivo, mas isso não existe mais aqui. Em todo o lugar que você vai, centenas deles de todas as partes do mundo disputam um espaço para o selfie. Para mim, isso não tira todo o brilho, pois esse lugar é maravilhoso e o fato de atrair tanta gente é a prova do seu valor. Em cada paisagem que você vê tem a impressão de ser o lugar mais inusitado e lindo que você já viu e aí você entra no ônibus ouve a guia falar por alguns minutos e logo para em outro que faz você praticamente  esquecer o anterior.

Estou me sentindo em casa por aqui, sinto uma conexão comigo mesmo, daquelas que você sente quando está no seu lugar, na sua área e não quer mais outro espaço para estar. Amanhã será meu último dia e já sinto-me ferido de deixar a Islândia mesmo sabendo que uma parte das minhas memórias ficará aqui para sempre.

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